31 agosto 2008

O Fim do CD II

Em complemento ao que escrevi aqui esta semana:

Discos: Números da afp confirmam queda acentuada
Vendas caem 17%


A venda de discos em Portugal caiu 17,32 por cento nos seis primeiros meses deste ano, por comparação com igual período de 2007.

Os números são da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e confirmam a tendência mundial de queda na venda de música em suporte físico. Nos EUA, maior mercado do Mundo, a queda nas vendas de CD foi de 11 por cento na primeira metade de 2008.

Pelo contrário, a compra de música digital vai de vento em popa em Portugal, tendo-se verificado (em igual período de tempo) um crescimento de 35,19 por cento no volume de facturação. Um aumento considerável, que permite à indústria amortecer as perdas. Ainda assim, a facturação conjunta das vendas em suporte físico e digital sofre uma queda de cinco por cento nos primeiros seis meses do ano.

De acordo com Eduardo Simões, director-geral da AFP, o crescimento do mercado digital deve-se em grande medida aos "toques para telemóvel e aos downloads legais pela internet".

Em crescimento esteve também a venda de singles (1009 por cento) e de discos em vinil (54 250 por cento), em grande parte por motivos profissionais, e também de DVD, com um aumento de 2,60 por cento.

Tentando inverter a má conjuntura, as principais editoras de Portugal apostam em lançamentos de peso até ao final do ano, incluindo muitos artistas nacionais.

in correio da manhã

A Morte aos 27 em Exposição

Está em cartaz na Proud Camden Gallery, em Londres, a mostra Forever 27, com fotos de músicos que morreram aos 27 anos. A exposição, com entrada gratuita, revela imagens de artistas como Kurt Cobain, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimi Hendrix e Brian Jones, embora retrate mais de 30 celebridades diferentes.

Vejam aqui algumas fotos:
forever 27

30 agosto 2008

Hoje Há The Congos

29 agosto 2008

Ac/Dc Estão de Volta

Tema novo para os grandes Ac/Dc:

Rock N' Roll Train, novo tema de um disco que será apresentado em tour mundial com passagem por Portugal.

28 agosto 2008

Festival Músicas do Mar na Póvoa de Varzim - Começa Hoje


A partir de hoje, a Póvoa recebe uma dezena de bandas nacionais e estrangeiras naquela que será a segunda edição deste festival que celebra a música na sua diversidade de sonoridades , ritmos e culturas.

Na edição deste ano participam bandas vindas dos mais diversos países, desde a Nigéria, Estados Unidos, Marrocos, Nova Zelândia, Itália, Finlândia, Espanha e, claro, Portugal. E pode já levantar-se um pouco a ponta do véu e revelar que vão participar, entre outros, os portugueses Deolinda, o nigeriano Dele Sosimi, que trabalhou com Fela Kuti, os Dengue Fever, vindos dos Estados Unidos mas com música de influência cambojana e os Farra Fanfarra, banda de músicos dos quatro cantos do mundo, mas que se formou em Lisboa.

Ao longo dos três dias do Músicas do Mar haverá uma média de três concertos por dia, todos de entrada livre, divididos pelo Largo do Passeio Alegre, Diana Bar e Auditório da Lota, e ainda a presença do Bailarico Sofisticado, que regressam para pôr toda a gente a dançar, nas noites de 29 e 30.

Organização
programa

27 agosto 2008

Novas dos TV On The Radio

Há temas novos para ouvir na página dos TV On The Radio:
Golden Age
dancing choose

O Fim do CD

Tenho muitos cd's em casa. Muitos mesmo, na casa dos milhares.
Os anos vão passando e noto que cada vez compro menos discos. Comecei por notar isso em relação às lojas onde ia. Numa altura recorria muito à internet para fazer compras, mas agora vejo que já nem isso.
Este deve ser o ano que menos discos comprei desde que comecei a trabalhar em 1991.
Com a facilidade que há em aceder às centenas de discos que saem por ano, principalmente a normalidade com que se descarrega uma nova edição de uma banda mesmo antes de chegar o cd à loja, foi-se perdendo o ritual de ir à loja pesquisar as novidades, ouvir os conselhos dos vendedores, e arranjar tempo para ouvir com atenção o disco.
Durante uns tempos achei que era uma utopia aquela ideia que os cd's iam desaparecer, que no futuro as lojas de discos iam ser raras, e que o suporte favorito para alojar música deixaria de ser móveis e prateleiras, para passar a ser digital.
Passam-se tempos que não ligo o meu leitor de cd da aparelhagem, e só de vez em quando uso o prato de vinil.
A maior parte da música que oiço é vinda directamente do Itunes, ou do IPod. A minha biblioteca musical passou a ser um disco externo de 250 gb para onde envio todas as semanas uns quantos álbuns novos.

Posto isto uma dúvida tem me perseguido o pensamento: o que fazer aos milhares de discos que tenho em casa, sendo que muitos deles são cdr com capinha bonita e tal?
Acho que me vou dedicar a uma tarefa gigantesca de escolher os cd's que quero mesmo guardar e reorganizar a minha base de dados de discos pela última vez.
E começo a perceber que realmente o futuro é digital.

26 agosto 2008

A Melhor Hora de Rádio

A melhor hora de rádio a emitir em Lisboa está na Oxigénio e é repleta de bom reggae.
Começou agora (14h), chama-se A Hora do Sol, e pode ser ouvida aqui: rádio oxigénio

25 agosto 2008

Blitz Setembro


sai na próxima sexta feira.

24 agosto 2008

Whole Lotta Love a Lançar Londres 2012


Foi com este tema dos Led Zeppelin , e com a presença de Jimmy Page, que Londres lançou a sua organização dos Jogos Olímpicos 2012.
Uma grande canção para uma grande cidade.

23 agosto 2008

Girl Talk - Feed the Animals


Girl Talk é o projecto do americano Gregg Gillis que é um mestre no corte e colagem.
Este vídeo é de uma faixa do novo disco "Feed the Animals" que até pode ser adquirido a preço zero no site do projecto.

22 agosto 2008

James Murphy @ Lux a 18 de Setembro

A marcar na agenda.
Mais detalhes aqui: special disco version

21 agosto 2008

Dedicado a Nélson Évora

20 agosto 2008

Morreu LeRoi Moore

Triste notícia esta que dá conta do falecimento de LeRoi Moore, saxofonista da Dave Matthews Band.

The Escapist - The Streets

O novo tema de Mike Skinner

19 agosto 2008

Novo Disco Para Mercury Rev

O regresso dos Mercury Rev. Em boa forma, diz quem já ouviu o novo disco.

18 agosto 2008

AC/DC de Volta

Têm tudo para serem tão acarinhados quanto outras bandas veteranas que voltam ao activo.
Os AC/DC preparam o regresso com um disco novo, um dvd, e uma digressão de 18 meses.
Os seus temas mais conhecidos, e ainda são uns quantos, são os próximos a entrarem para o consensual estatuto de clássicos do rock a nível mundial.

17 agosto 2008

Concertos de Outono/Inverno

Depois dos festivais o site da Blitz avança com uma agenda de concertos que vão marcar a recta final de 2008:

Ainda em Agosto, ou seja, na despedida do Verão, Steve Hogarth, dos Marillion , apresenta-se sem banda no MS Club da Praia de Mira, a 30 de Agosto; a 5 de Setembro passa pelo Santiago Alquimista, em Lisboa.

Setembro começa com a visita das Ladytron , que no dia 6 tocam no Porto. Seguem-se, dois dias depois, os Gutter Twins , ou seja, Greg Dulli (Afghan Whigs) e Mark Lanegan (Screaming Trees, Queens of the Stone Age), que desde Abril nos devem um concerto. A desforra pelo cancelamento é no Santiago Alquimista, em Lisboa.

A 14 de Setembro, Madonna traz a nova Sticky and Sweet Tour ao Parque da Bela Vista, em Lisboa - o mesmo recinto onde se tem vindo a realizar a edição portuguesa do Rock In Rio.

Também em Setembro, o Barreiro recebe a primeira edição do Festival Bom Barreiro . Vic Chestnutt e os American Music Club são os nomes internacionais do cartaz, que conta ainda com actuações de Tiago Guilull, Norberto Lobo, Lula Pena e Tiago Sousa. Todos os concertos acontecem no Auditório Municipal Augusto Cabrita.

A 21 de Setembro, Colbie Caillat , uma das campeãs de airplay radiofónico deste ano, actua no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O single que se trauteia por aí, "Bubbly", não deverá ficar de fora.

No último dia desse mês - 30 de Setembro - os suecos Backyard Babies passam pelo Music Box, em Lisboa.

Já em Outubro, é a vez de os Porcupine Tree visitarem Portugal, para concertos na Incrível Almadense (dia 7) e no Teatro Sá da Bandeira (Porto, dia 8).

A 18 de Outubro, Aimee Mann cumpre a promessa feita recentemente numa entrevista à BLITZ e regressa a Portugal, para um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Ainda sem data certa continuam as visitas dos dEUS , anunciadas durante o concerto em Paredes de Coura, a Lisboa e Porto. Tom Barman falou em Outubro...

Novembro também promete: confirmados estão concertos de Peter Murphy (dia 1 no Coliseu de Lisboa e dia 2 no Coliseu do Porto); dos Nouvelle Vague (dias 7 e 8, em Lisboa e no Porto respectivamente); de Sandra Nasic (ex-Guano Apes) na Voz do Operário, em Lisboa (dia 8); dos Sigur Rós no Campo Pequeno, em Lisboa (dia 11) e dos ingleses Blood Red Shoes no Santiago Alquimista (dia 20).

Também em Novembro, mais precisamente no dia 7, os neo-zelandeses Fat Freddy's Drop aterram no Pavilhão dos Lombos, em Carcavelos, compensando o público português pelo cancelamento do concerto no Sudoeste.

Quase quase em Dezembro, os Mercury Rev, que este ano tencionam lançar não um mas dois álbuns, regressam a Portugal para um concerto em Lisboa. É a 29 de Novembro, na quentinha Aula Magna.

A 10 de Dezembro, os Gogol Bordello dão o seu primeiro concerto fora de festivais, em Portugal: é no no Campo Pequeno, em Lisboa.

16 agosto 2008

O Tributo a Isaac Hayes, por Mário Lopes ( jornal Público)

Quando Isaac Hayes morreu a 11 de Agosto, recordámo-nos de Shaft e de Chef, a personagem
de Southpark a que deu voz. Não é mau como iconografia, mas é redutor para quem ajudou a definir a soul de 1960, para quem ofereceu corpo e som a uma revolução musical

Quando tanto há para dizer que não sabemos por onde começar, apelamos ao pragmatismo. Começamos pelo princípio. O princípio, em Isaac Hayes, é 1969. Um título: Hot Buttered Soul. Uma capa: A cabeça rapada, os óculos escuros e, desfocadas, a silhueta dos ombros e as correntes douradas sobre o peito. Quatro canções: Walk On By, Hyperbolicsyllabicsequedalymistic, One Woman e By The Time I Get To Phoenix. Era o seu segundo álbum a solo e, a partir dele, tornou-se impossível ignorá-lo: canções que se esticavam além dos 10 minutos de duração e que eram soul "maximizada" em arranjos intrincados e sumptuosos, cantados por uma voz grave a impor-se com doçura e sensualidade, tocada em piano que soava chamuscado pelo calor do palco e que, no momento seguinte, parecia serenar no calor dos lençóis.
Para o Isaac Hayes que, em 1969, lançou Hot Buttered Soul, marco fundador de uma nova era da música negra americana (seguiram-no rapidamente Marvin Gaye, Curtis Mayfield ou Stevie Wonder, Barry White apresentou-se pouco depois), a carreira começava verdadeiramente ali. O disco galgou os topes, o génio foi celebrado pelos seus pares e a sua imagem tornou-se a da emancipação de uma comunidade em luta pelos direitos civis - as correntes transformadas de símbolo opressor em sinal de poder e orgulho.

Dois anos depois, chegaria a banda sonora de Shaft, filme que é o "pai" da blaxploitation, e Hayes tornava-se, para além de tudo o resto, o homem mais cool do mundo. Se só Marvin Gaye podia cantar um verso como "baby, I'm hot just like an hoven" e sair incólume (fê-lo em Sexual Healing), só Isaac Hayes poderia rodear-se de guitarras wah-wah e um ritmo sulfuroso, perguntar "who's the black private dick that's a sex machine to all the chicks?" e legitimar a canção com um Óscar de Hollywood - só ele, acrescentamos, podia apresentar-se à nação como Black Moses, título de um dos seus álbuns mais emblemáticos, editado em 1971, e não só escapar à heresia como ver confirmada pelo público a justiça do título.
Nos campos de algodão Isaac Hayes morreu esta semana, dia 10 de Agosto. Encontrado inconsciente no chão de sua casa em Memphis, não sobreviveu ao segundo enfarte em dois anos. Para a posteridade, parecem ficar gravadas na cultura popular duas imagens: a propagada por Shaft, filme e música, e a de Chef, o cozinheiro da série Southpark a que deu voz durante nove anos (de 1997 a 2006). Não é mau como quadro iconográfico, mas é redutor. Para perceber a sua verdadeira dimensão, temos que voltar novamente ao início - e o início já não é Hot Buttered Soul, é antes disso.
Isaac Hayes nasceu em Covington, no Tennessee, a 20 de Agosto de 1942. Orfão ainda criança, foi criado pelos avós. Viu-os plantar milho e cuidar de gado em Covington, com eles migrou para Memphis. Foi aí que, quando o avô morreu aos seus 11 anos, se dividiu em mil trabalhos - na colheita de algodão, como moço de recados, lavando pratos em restaurantes. Paralelamente, a música atravessava-se no seu caminho. Como a maioria dos grandes nomes da música negra, começou por cantar na Igreja e tornou-se autodidacta numa série de instrumentos - o piano era o seu preferido. Em 1958, convencem-no a participar num concurso de talentos. Vence com uma canção de Nat King Cole e descobre uma carreira.

Em 1962, entra como pianista de sessão na Stax, a mítica editora onde Hayes se tornaria peça fundamental na definição sonora da soul física e visceral do sul dos Estados Unidos. Começou acompanhando Otis Redding ou Carla Thomas, mas rapidamente revelaria os seus talentos como produtor e compositor. Em parceria com David Porter, amigo de adolescência e rival dos concursos de talentos, formou a mais produtiva equipa de produção da Stax, criando canções como Hold On I'm Coming ou Soul Man, músicas de balanço febril e clássicos absolutos da soul.
Discos e filmes
A estreia, Presenting Isaac Hayes, de 1968, surgiu como bónus oferecido pela editora ao seu talentoso produtor - não lhe viam futuro como artista a solo, o que pareceu confirmar-se nas fracas vendas do álbum, gravado nos intervalos da habitual rotina de estúdio. À segunda oportunidade, contudo, tudo se alterou. Isaac Hayes lançou Hot Buttered Soul e, com ele, uma carreira e uma revolução musical - antevia-se a explosão de criatividade de What's Going On, de Marvin Gaye, ou do álbum homónimo de Curtis Mayfield; não se antevia ainda a estética propagada em tantas capas e telediscos de hip hop por vir (mas, naturalmente, não há coincidências).

Durante a primeira metade da década de 1970, foi omnipresente nas tabelas de vendas. Na segunda metade, prenunciou o disco-sound e adaptou-o depois à sua criatividade. Nos anos 1980, não reparámos tanto na sua música, mas vimo-lo em episódios de Miami Vice ou Soldados da Fortuna - Hayes gostava de representar e, para além das séries e da blaxploitation, fê-lo em filmes tão variados quanto A Louca História de Robin Hood, de Mel Brooks, ou no futurista Johnny Mnemonic, inspirado num conto de William Gibson.

Quando o recuperámos para a consciência colectiva, pela voz de Chef ou pelo remake de Shaft, Isaac Hayes, o Black Moses, o músico que despoletou uma revolução musical e deu corpo a uma revolução sexual, já era mais um par de coisas. Era, por exemplo, Nene Katey Ocansey I, "Rei para o Desenvolvimento" de Ada, no Gana, assim distinguido em 1992 pelo trabalho de filantropia desenvolvido no país.
À data da morte, preparava o seu primeiro álbum em 13 anos, edição que marcaria o regresso à renascida Stax. Crente na reencarnação e cientologista - foi um episódio de Southpark satirizando a religião que o levou a abandonar a série -, afirmava que a vida se faz em ciclos de regressos. Assim, o antigo Black Moses foi coroado rei no Gana. Assim, o velho músico regressava à sua velha editora.
Isaac Hayes morreu aos 65 anos na sua casa em Memphis. No local onde foi construída avistavam-se, há décadas atrás, extensos quilómetros de plantações de algodão. Precisamente aquelas onde trabalhara antes da música se lhe atravessar no caminho.

15 agosto 2008

Metallica - Novo Tema

Aqui está um tema do novo disco dos Metallica a sair no próximo mês. É o tema Cyanide tocado ao vivo.




Death Magnetic :
1 That Was Just Your Life
2 The End Of The Line
3 Broken, Beat & Scarred
4 The Day That Never Comes
5 All Nightmare Long
6 Cyanide
7 The Unforgiven III
8 The Judas Kiss
9 Suicide & Redemption
10 My Apocalypse

14 agosto 2008

Arranca Hoje Super Bock Surf Fest

Os Massive Attack são os cabeças de cartaz da primeira noite do Super Bock Surf Fest que se realiza hoje e amanhã na Praia do Tonel, em Sagres.

Os bilhetes custam entre 25 euros (um dia) e 40 euros (passe para dois dias). Os portadores de passe têm acesso gratuito ao parque de campismo. Estes são os horários completos:

14 de Agosto

19h00 - 19h45 - Manifestos
20h05 - 21h05 - Dub Pistols
21h25 - 22h25 - Asa
22h45 - 00h00 - Morgan Heritage
00h30 - 02h00 - Massive Attack

15 de Agosto

18h40 - 19h30 - Triplet
19h50 - 20h50 - Doces Cariocas
21h10 - 22h10 - Jahcoustix
22h10 - 23h25 - José Gonzalez
23h45 - 01h00 - Groundation
01h30 - 03h00 - Emir Kusturica

13 agosto 2008

José Mário Branco na Culturgest, 30 e 31 de Outubro

Convidado pela Culturgest para criar um espectáculo único e específico para o Grande Auditório, José Mário Branco fará aquilo que sempre fez nos seus álbuns e espectáculos: uma referência – como alguém escreveu, sempre autobiográfica – ao estado em que, no seu sentir, se encontra a sociedade de que faz parte. Tomando como base o mais recente repertório, José Mário Branco decidiu optar por um formato "em tripé" para os músicos que o acompanharão em palco. Primeiro, um conjunto de músicos, todos eles excelentes intérpretes-compositores que o têm acompanhado nos últimos anos nos momentos cruciais: José Peixoto, Carlos Bica, Rui Júnior, Filipe Raposo ou Guto Lucena, instrumentistas de excepção. Segundo, como no seu álbum mais recente Resistir É Vencer (2004), a presença de um quarteto de cordas (liderado pelo jovem Luís Morais, concertino e professor em Viena) irá reforçar o pendor introspectivo que sempre existe quando José Mário Branco nos fala do mundo e da vida. E, terceiro, os convidados muito especiais deste espectáculo: os Gaiteiros de Lisboa (grupo de que José Mário Branco fez parte na sua primeira fase) irão garantir duas componentes sempre presentes na sua música, as partes corais e as percussões. Este conjunto de músicos permitirá apresentar em Lisboa (pela primeira vez, e talvez única) a canção-rap-fleuve Mudar de Vida, escrita para o concerto de Abril de 2007 na Casa da Música, no Porto. Por isso este concerto se chama Mudar de Vida - 2.

José Mário Branco é um artista do seu tempo e da sua comunidade. E este tempo é de introspecção e de eterna busca, mas também de denúncia ("Isto não é sociedade que se apresente") e de acção ("Vamos mudar de vida!").



Voz, guitarra José Mário Branco
Guitarra José Peixoto
Contrabaixo Carlos Bica
Percussão Rui Júnior
Piano, teclados Filipe Raposo
Sopros Guto Lucena
1º Violino Luís Morais
2º Violino Jorge Vinhas
Viola Joana Moser
Violoncelo João Pires
Concepção e direcção musical José Mário Branco
Guião José Mário Branco e Manuela de Freitas

Cut Copy: O Som Oficial do Verão 2008

E a grande revelação do Sudoeste 08. Os australianos Cut Copy são o som do momento com a mistura de estéticas da década de 80 a soarem a som actual. Concerto inesquecível, disco imperdível.
Fica o teledisco Hearts on Fire:

12 agosto 2008

A Europa está a fechar as portas aos Músicos

Muito interessante artigo publicado hoje no Público sobre um problema que cada vez se torna mais grave e revoltante. Em Sines os organizadores já se tinham manifestado com um cartaz na entrada do Castelo, hoje o Público dá uma ajuda a esclarecer o que se passa:

Os africanos e os asiáticos são os que somam mais recusas de vistos para actuar na Europa. Sobretudo se são homens e jovens. As negas acontecem quando já foram compradas passagens áreas e feitas reservas em hotéis. Promotores de festivais começam a desistir de ir buscar músicos longe. Poderá estar em causa uma convenção da UNESCO aprovada pela UE

Festivais sem cabeças de cartaz, confusão instalada, agências à beira da falência. São cada vez mais os músicos estrangeiros, sobretudo de África e da Ásia, que estão a ser impedidos de entrar na Europa. As garantias dadas pelos seus produtores na União Europeia e pelos promotores dos festivais onde deviam participar não são suficientes. E eles são barrados algures no trajecto. Começará a Europa a "baixar os braços" e a desistir de quem vem de longe?

"Com os artistas africanos a questão é o receio da imigração ilegal; com os árabes o terrorismo", resume Vasco Sacramento, promotor do Festival Med de Loulé, que este ano viu ficarem pelo caminho dois dos seus cabeças de cartaz devido à recusa ou a dificuldades em obter vistos.
O mesmo aconteceu no Serralves em Festa e no Festival Músicas do Mundo, em Sines. No conjunto, em Junho e Julho foram afectados quatro concertos envolvendo três bandas: os congoleses Konono n.º1; os marroquinos Master Musicians of Jajouka e os paquistaneses Asif Ali Khan & Party.
Em escala maior, a situação tem vindo a repetir-se por toda a União Europeia. Nos últimos meses, pelas mesmas razões, não puderam actuar na Europa, entre vários outros, os Kasai Allstars, do Congo, Pierre Akendengué, do Gabão, Ismael Lo, do Senegal, Les Amazones, da Guiné.

Os Master Musicians são os herdeiros de um tradição musical que tem passado de pais para filhos desde há mais de mil anos. São do clã Attar, que fundou a aldeia de Jajouka nas montanhas do Rif. Não são músicos profissionais, pelo menos segundo os parâmetros ocidentais. Serão antes guardiões de "sons primordiais", como escreveu, sobre eles, o escritor beat William Burroughs. Paul Bowles também se rendeu. No ano passado, os Master Musicians estiveram em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, para homenagear o escritor que trocou os EUA e a Europa por Tânger. Há três anos tocaram no festival de Sines.

"Tivemos imensos problemas em obter vistos para eles. Foram obrigados a ir duas sou três vezes ao nosso consulado de Rabat e quando finalmente, já na posse dos vistos, chegaram ao aeroporto de Lisboa, foram detidos pelo Serviço de Estrangeiros durante três horas", conta Carlos Seixas, promotor do festival de Sines.
Jajouka fica a várias centenas de quilómetros de Rabat. Este ano, terá sido acrescentado mais um documento à lista dos exigidos nas duas vezes anteriores. "Quando finalmente se conseguiu marcar uma entrevista no consulado e eles foram lá, pediram-lhes um certificado de actividade profissional passado na área de residência. Demorava dois meses a obter e ia obrigá-los a fazer a mesma viagem mais um par de vezes. Desistiram", conta Vasco Sacramento.
Colapso financeiro
Os efeitos, em cascata, são pesados e perversos. Há agências que apostaram na chamada world music (música do mundo), o sector mais afectado por estas restrições, que estão à beira da falência.

Entre os requisitos obrigatórios para a concessão de vistos figuram actualmente a apresentação das passagens aéreas (que portanto têm de ser adquiridas antes) e das reservas em hotéis. Quando os vistos são recusados, esta despesa redunda automaticamente em prejuízo.
Para circular no espaço Schengen, basta um visto de entrada para um dos países contratantes (quase todos os países europeus; a Grã-Bretanha é uma das excepções). Quando, devido à recusa de um país, se tentam outras porta de entrada, os custos no mínimo duplicam.
Foi o que aconteceu com os Konono n.º1, mais de 25 anos de existência, que misturam uma espécie de trance music local com experimentação electrónica e instrumentos com as mais variadas origens. "Fervilhante", "vulcânica", são alguns dos adjectivos com que a sua música tem sido classificada na Europa, onde têm dois discos de sucesso e várias tournées.
Este Verão, os Konono tinham agendados concertos em cinco países. Em vão. A França, primeiro, e a Suécia depois recusaram-lhes vistos. Só elementos da banda os Konono contam nove. Os Kasai Allstars, também oriundos da República Democrática do Congo, juntam cinco grupos étnicos entre os seus 25 membros.

A belga Divano Production, de Michel Winter, que representa as duas bandas, perdeu cerca de 18 mil euros com o cancelamento das tournées europeias para este Verão e poderá agora fechar portas. "Não é a primeira vez que a Divano é atingida por esta realidade e duvidamos que possamos continuar a nossa actividade, devido a um colapso financeiro", escreveu Winter num e-mail enviado agora aos promotores dos festivais de world music.

Convenção da UNESCO
Com o imponderável como regra há também promotores que, face ao acumular de cancelamentos e prejuízos, começam a optar por "esquecer" os grupos que vivem longe, privilegiando contratos com aqueles que já residem na Europa.
"[Consciente ou inconscientemente] vamos talvez começar a baixar os braços", advertiu Philippe Conrath, director do festival Africolor, em França, durante um encontro sobre esta questão realizado em Maio, em Angoulême, no âmbito de outro dos grandes eventos da música do mundo, o Festival Musiques Métisses.

Conrath: "É um verdadeiro problema, que quero assinalar aqui. A consequência deste entrave à circulação é que não participaremos no esforço de criação que está a ser feitos nesses países." Carlos Seixas, promotor do Festival Músicas do Mundo, de Sines, aponta o dedo: "Estamos no ano escolhido pela União Europeia como o do diálogo intercultural e a situação está cada vez pior."

As atribulações impostas a estes grupos dão conta de uma história de absurdos, burocracias e abusos, que estará a repetir-se pelos consulados dos países europeus e que poderá constituir uma violação à Convenção da UNESCO sobre Diversidade Cultural, aprovada em 2006 pela União Europeia, adverte Ole Reitov, responsável da Freemuse, uma organização internacional contra a censura na música.

Entre os objectivos consagrados na convenção figura "o reforço das indústrias culturais nos países em desenvolvimento através", entre outros meios, da "facilitação de um acesso amplo das suas actividades, bens e serviços culturais ao mercado global e redes internacionais de distribuição".
Nesta convenção defende-se também "a adopção de um tratamento preferencial para os países em desenvolvimento: os países desenvolvidos devem facilitar trocas culturais com os países em desenvolvimento, garantindo, através das redes institucionais e legais apropriadas, um tratamento preferencial aos artistas e outros profissionais da cultura".

Ninguém atende
França e Alemanha, no espaço Schengen, e Reino Unido, fora dele, estão entre os países que mais entraves e dificuldades colocam à emissão de vistos. "Regra geral há muita boa vontade nos consulados portugueses", contrapõe Sacramento. Geralmente não recusam vistos, tentam acolher bem os requerentes. Mas existe uma "enorme dificuldade em falar com eles". Nas horas de expediente, na maior parte das vezes o telefona toca e ninguém atende. "Começamos com meses de antecedência e o resultado nunca é garantido", acrescenta o organizador do Festival de Loulé.

Esta situação agravou-se com os recentes cortes orçamentais e respectiva redução de meios.
"As pessoas dos serviços consulares não têm capacidade de resposta", constata também Sacramento. Uma consequência: quando acaba por existir uma resposta, não chega muitas vezes em "tempo útil". O calvário burocrático está garantido à partida.
No consulado de Portugal em Rabat, em Marrocos, não existe qualquer registo da passagem dos Master Musicians of Jajouka por lá, este ano, transmitiu ao P2 o assessor de imprensa do secretário de Estado das Comunidades.

Mas a primeira reacção dos serviços ao pedido de informação não deixa de ser reveladora. "Relativamente ao referido grupo não é possível efectuar uma consulta ao processo sem que nos sejam fornecidos os seguintes elementos; nome, n.º de passaporte e data de nascimento de cada um dos membros do grupo." Acrescentava-se depois ainda na mesma nota: "Através da consulta efectuada junto dos serviços consulares da embaixada em Rabat fomos informados que o grupo em questão já era conhecido e que em data anterior lhe teriam emitido vistos para actuação no CCB."

Da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros a informação que chega é, por sua vez, a que tem sido repetida pela maioria dos seus congéneres europeus: para conceder um visto de entrada, o país "encontra-se obrigado a exigir os requisitos constantes do acervo de Schengen e que são iguais para todos os casos".
Assinado em 1990, o acordo de Schengen visa a adopção de uma "política comum no que diz respeito à circulação de pessoas [no espaço dos países contratantes] e nomeadamente ao regime de vistos".

Schengen com variações
Vertidas para as legislações nacionais, as exigências para obtenção de vistos para o espaço Schengen são aparentemente uniformes: os vários títulos de entrada são os mesmos, assim como os documentos exigidos para a sua concessão, que podem variar segundo o tipo de visto pretendido, mas não de país para país ou de consulado para consulado do mesmo Estado.
Contudo, a experiência no terreno não tem sido esta, sobretudo nos últimos anos, com o endurecimento das políticas anti-imigração e o reforço das medidas de segurança após os atentados de Nova Iorque, Londres e Madrid.

"O visto Schengen permite a circulação no conjunto dos países europeus. Na prática, no entanto, cada país tem a sua própria política, os seus próprios critérios para a passagem de vistos. As regras são muito diferentes em função dos países", testemunhou, no encontro de Maio em Angoulême, Sophie Guênebaut, directora da rede de músicas do mundo Zone Franche.
O agente francês do maliano Mo DJ, Marc-Antoine Moureau, revelou ao Monde 2 qual a resposta que obteve este ano da vice-cônsul de Bamako: "DJ não é uma profissão! Reformule o seu pedido."

O produtor senegalês Assane Ndoye contou ao mesmo jornal que existem casos onde "as autoridades dizem aos músicos para actuarem perante elas de modo a avaliarem se são mesmo profissionais".
Há cinco anos, um conhecido músico congolês foi condenado em França por ter organizado um rede de "imigração clandestina". Por vezes os artistas integram nas suas comitivas gente que não pensa em regressar. Estatisticamente, estes casos são irrelevantes, mas constituem autênticas achas para a fogueira.

Prazos legais
Carlos Seixas fala de "burocracia e má vontade". Vasco Sacramento de "regras arbitrárias". "Num país um consulado pede-nos certificado de rendimentos, noutros não. Depois o processo vem para consulta para Portugal e congela no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que não avisa ninguém e nem repara que os espectáculos podem estar marcados para dali a dias", conta o promotor do festival e Loulé. E desabafa: "É muito cansativo."
Numa resposta por escrito às questões do P2, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) remete para o quadro legal existente, lembrando que, por lei, tem um "prazo máximo de 20 dias" para se pronunciar, emitindo parecer, "findo o qual a ausência de emissão corresponde a parecer favorável". Na nota recorda-se que também o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) tem prazos legais para se pronunciar sobre "cada tipo de visto, sob pena de deferimento tácito".
Os vistos concedidos nos consulados e embaixadas são cinco: de escala, trânsito, curta duração, estada temporária e de residência. Estes últimos dois carecem de parecer obrigatório do SEF. Quando negativo, este parecer é vinculativo.

O SEF sublinha, a este respeito, que se "pronuncia unicamente sobre dois parâmetros: análise do risco migratório e razões de segurança interna, não podendo em circunstância alguma pronunciar-se sobre os documentos que devem integrar o procedimento administrativo, tendente à emissão de vistos, cuja competência instrutória pertence em exclusivo ao MNE".

Vistos para artistas

Os vistos de estada temporária para exercício de actividade profissional - geralmente têm a duração do contrato de trabalho - e de residência para exercício de actividade profissional independente são aqueles que, por norma, são concedidos por Portugal aos artistas, informa também o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Este ano o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros instruiu os seus consulados para "facilitarem" a concessão de vistos aos naturais de África que tivessem uma actividade profissional de carácter artístico, cultural, universitário ou de investigação.

No encontro de Angoulême, um conselheiro daquele ministério explicou que estavam disponíveis para "generalizar a outros públicos, como os artistas, o que foi feito para os empresários", atribuindo também a artistas africanos "vistos de circulação" com um prazo que pode ir de um a cinco anos. Durante o período de vigência, os seus portadores poderão viajar para o espaço Schengen sem passagens por consulados e respectivas burocracias e imprevistos.
Ole Reitov, da Freemuse, tem estado a coligir casos de problemas com vistos. O processo deverá acompanhar uma espécie de "livro branco" com propostas de solução que deverá ser entregue nos próximos meses no Parlamento Europeu. A questão estará também na ordem do dia do fórum cultural da rede Eurocities, que decorrerá em Dortmund, Alemanha, no princípio de Setembro, e na Womex de Sevilha, em Outubro, revelou aquele responsável ao P2.

"Prevejo dificuldades", diz Carlos Seixas sobre uma eventual aplicação de um tratamento diferenciado aos artistas. Primeira dificuldade: como provar que eles são de facto o que dizem ser? Tanto Seixas como Sacramento recordam que muitos dos músicos que participam nos festivais de world music não são artistas profissionais - podem ser pastores, artesãos, agricultores... - e portanto não podem apresentar a certidão de actividade profissional exigida nos processos de atribuição de vistos.

Os serviços "pedem muitas coisas que nos países pobres são difíceis de obter ou que de todo não existem", constata Carlos Seixas. Aos paquistaneses Asif Ali Khan & Party, que no seu país costumam actuar em festas de aldeia e não pensam sequer em passar recibos (que ninguém pede) foram recusados vistos por não terem provas de autonomia financeira. Isto, apesar dos termos de responsabilidade que foram apresentados pelos seus contratadores europeus, que legalmente podem substituir aquela prova.

Vasco Sacramento não enjeita responsabilidades: "A culpa também é nossa, da indústria musical. Há uma certa inércia. Não temos sabido responder às novas exigências de segurança e imigração." Não está optimista: "Tenho alguma dificuldade em ver como isto se vai desembaraçar."

Em Angoulême, o conselheiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Didier le Bret, aponta limites que continuarão a ter efeitos "muito perniciosos". Mesmo que venham a existir vistos especiais, de maior duração, só irão beneficiar aqueles que as normas e a experiência apontam como representando "um risco fraco ou nulo".
"O problema são os jovens artistas", desabafa, subscrevendo o perfil traçado antes por Conrath. Exemplo tipo que mete medo à Europa, segundo Philippe Conrath: "Homem entre os 18 e os 26 anos."

Entre 2010 e 2015, os 24 países que hoje integram o espaço Schengen deverão começar a exigir que os visitantes de outras partes do mundo tenham vistos com os chamados "registos biométricos". A medida, que já se encontra em vigor para entradas no Reino Unido e nos EUA, poderá tornar ainda mais difícil o acesso à Europa.
As impressões digitais são fundamentais nestes registos e, como é óbvio, só poderão ser recolhidas presencialmente. Neste momento, sempre que alguém fora da UE pretender visitar o Reino Unido tem de requerer um visto e fixar nele novas impressões digitais, mesmo que já o tenha feito poucos meses antes.

O processo repete-se assim em cada novo visto, obrigando a deslocações colectivas aos consulados, o que significa muitas vezes ter de viajar para outro país. É o que acontece em muitos países africanos. Um balanço feito recentemente pelo jornal britânico The Independent: no Mali não existe um consulado britânico, por isso sempre que uma banda daquele país é contratada para actuar na Grã-Bretanha tem de voar primeiro para o Senegal. O grupo de jazz Les Amazones, da Guiné, teve este ano de viajar para Freetown, na Serra Leoa, para tentar obter vistos para os 12 elementos da banda. "Antes podíamos enviar apenas uma pessoa com os 12 passaportes. Agora, por causa das impressões digitais, têm de ir todos", queixou-se o produtor. O visto foi-lhes recusado.

Um visto de entrada no espaço Schengen também não garante acesso a território britânico e o Reino Unido não concede vistos a não europeus nos seus consulados da União Europeia. Há por isso quem tenha de se deslocar, por exemplo, de Paris a Dacar, antes de viajar para Londres.

Carlos Seixas, promotor do Festival Músicas do Mundo, em Sines, conta outra experiência que saiu cara. Com visto português obtido no consulado de Pequim, o "pai" do rock chinês, Cui Jian, estava a iniciar a viagem que o traria a este festival quando foi barrado (com o grupo) no check-in da British Airways. O voo para Lisboa fora comprado nesta companhia, mas tinha uma escala em Londres e os músicos chineses não tinham vistos de trânsito e portanto não podiam pisar solo britânico. "Tiveram de comprar novos bilhetes para um voo que fizesse escala num país Schengen."

Mas não é só a Europa que está a colocar problemas de entrada e também não são só os artistas africanos ou asiáticos que têm sofrido com isso. Músicos europeus e canadianos têm sido impedidos de actuar nos Estados Unidos devido à recusa de vistos de entrada. Por ter cadastro, a britânica Amy Winehouse foi um deles.

Escape From Rehab

Um jogo inspirado em Amy Winehouse:
Escape From Rehab

11 agosto 2008

Festival Sudoeste 4º Dia: Cortes e cópias

O Sudoeste terminou hoje com um lote de bandas que sabe beber nas referências e criar um som seu. Os Cut Copy foram os grandes vencedores da noite.

Vamos ao mais importante. Os Franz Ferdinand não foram consensuais. Começaram em falso, embora a culpa não tenha sido deles, sem PA e som de palco. Voltaram aos camarins e o regresso trouxe cortes no alinhamento, as canções que todos esperavam e inéditos que, para já, não convecem totalmente.

Percebe-se que há um som muito próprio que continua a beber em referências como os Kinks ou os Gang Of Four e que há uma procura inesgotável de novos recursos como a África mãe. No entanto, a soma das partes ainda não é totalmente satisfatória. Valeram as muitas palmas para salvar uma noite que podia ter sido mais feliz.

Uma dezena de minutos antes de entrar em palco, Alex Kapranos era um espectador atento da estreia arrasadora dos Cut Copy. Capazes de transpor um imaginário que é sobretudo electrónico, os australianos contagiaram tudo e todos com uma força simplesmente arrasadora. Por favor, voltem!

Kapranos foi inteligente na maneira como soube afastar-se do espaço maior do recinto onde tocavam os chatíssimos Shout Out Louds, mais imitadores dos Cure do que os Led On são dos Led Zeppelin. Só falta mesmo o vocalista pintar-se de negro e engordar 20 quilos para ser um sósia do ex-carismático Robert Smith.

Não se percebe como é que os Xutos & Pontapés tocam antes dos suecos da campanha de uma famosa operadora que, por acaso, até (não) patrocina o Sudoeste. Eles são aquela máquina que não falha, capaz de incorporar uma «orquestra de metais», bem afinada. Ao contrário de outros, a reinvenção é uma palavra verosímil, aqui.

Muito bem esteve Jamie Lidell, mesmo sofrendo a forte concorrência dos arquiduques que à mesma hora colocavam o povo em delírio com «Michael» ou «Take Me Out». O espectáculo combina a soul clássica do novo álbum «Jim» e o tecno espacial do primeiro «Multiply». A rever noutro espaço.

Da armada portuguesa, Jorge Palma foi o mais fraco. Visivelmente «tocado», mostrou dificuldades em articular palavras com o pensamento e sons com a banda. Mas o povo apreciou. Palma é o bobo da corte e não se apercebe. O povo canta e ri e a caravana continua a passar.

Os Tara Perdida confirmaram que são um dos fenómenos mais fortes ao nível do público jovem. O mosh teve continuação mais tarde com os Vicious 5 embora o vocalista Joaquim Albergaria continue a ter menos piada que Aldo Lima. A grande desilusão foi o concerto em câmara lenta dos Junior Boys. Os Alpha Blondy encheram a tenda reggae.

Os Led On são certamente uma das melhores bandas de covers do mundo. Músicos de primeira água que nos fazem sonhar com os Led Zeppelin quando fechamos os olhos. Robert Plant, não tenhas cuidado não...

in discodigital

10 agosto 2008

Festival Sudoeste 3º Dia: O fado da vitória

Camané, Deolinda e David Fonseca foram os grandes vencedores de uma terceira noite morna que teve no Planeta Sudoeste o hot spot.

Há três anos, os Humanos assinaram um dos concertos mais memoráveis da história de um festival que já leva uns respeitáveis onze anos. Em 2008, a aventura que recriou António Avariações não é mais do que uma recordação passada mas cada um dos elementos que tornou o projecto viável continua em grande força.

Depois do belíssimo espectáculo dos Clã, David Fonseca e Camané mostraram porque são dois figurões da música portuguesa. O primeiro é um velho conhecido do Sudoeste e já conhece a estrada de cor. De tal maneira, que o alinhamento terminou com uma versão de «A Little Respect», dos Erasure, popularizada pelos Silence 4.

Foi ele quem mais pessoas chamou ao recinto. Ele foi o verdadeiro cabeça-de-cartaz de uma noite que teve em Vanessa da Mata e, principalmente, Nitin Sahwney, dois soporíferos. As versões de «Together In Electric In Dreams», dos Human League e de «Video Killed Radio The Star», dos Buggles, foram igualmente tiros certeiros.

À mesma hora, os Deolinda comprovavam que o fenómeno é mesmo para valer. Ana Bacalhau é uma estrela do presente. Ignorá-la é como desconhecer o vinho do Porto. Ela canta, dança, desafia, enfim, uma verdadeira performer capaz de reinventar o fado. O recinto esteve cheio do princípio ao fim.

Depois, foi o genial Camané, nervoso com a estreia em modo fadista no Sudoeste mas sempre seguro do seu repertório. Carlos Bica foi o convidado inesperado que abrilhantou uma actuação com uma alma que conquista tribos variadas. E até houve direito a pedagogia com a explicação de que «no fado não se batem palmas».

Igualmente importantíssima foi a primeira vez dos Pontos Negros a prometer um dos melhores discos nacionais para a colecção Outono/Inverno deste ano. As novas canções são assombrosas com especial destaque para o último tema que só não será single se as Twin Towers de Benfica cairem.

Do resto, pouco rezará a história. Brandi Carlile foi tão inconsequente quanto a sua música deixa escapar. No Kubik, tudo correu sobre rodas tal como era esperado. Tiago Bettencourt não convenceu apesar do imenso público feminino. Richie Spice perdeu o avião e ficou em terra.

in disco digital

09 agosto 2008

Festival Sudoeste 2º Dia: My Chemical Brothers

A morte lenta na segunda noite do Sudoeste só foi interrompida no final do concerto de Goldfrapp. Depois, vieram os Chemical Brothers e o vento mudou...

Definitivamente, a melancolia não se dá bem com festivais. Que o digam os eternos em palcos portugueses Tindersticks, descontextualizados perante um público com fome de farra e pão com chouriço. O efeito da banda de Stuart Staples foi em tudo semelhante ao dos The National, no último Optimus Alive! 08. LSD precisa-se...

Mas vamos ao que interessa. De regresso às comparações, o espectáculo (sim, é mais do que um mero concerto) dos Chemical Brothers produziu os mesmos resultados dos Daft Punk há dois anos. Luz, cor e som em perfeita sintonia. Um alinhamento perfeito. Uma verdadeira discoteca a céu aberto. E o Boom só começa segunda-feira.

Antes, Goldfrapp deu um cheirinho (não literal) do que podia ter sido um regresso auspicioso. E só não o foi porque o arranque sonolento conseguiu afastar pelo menos vinte por cento daqueles que tinham cometido o obséquio de abandonar a tenda para justificar o preço do bilhete do Sudoeste.

Sejamos sinceros, a música é cada vez menos um factor aliciante. Basta percorrer o parque de campismo a qualquer hora do dia para se perceber que esta é a zona onde tudo que se passa. As bandas são apenas um apêndice de toda uma envolvência que tem a praia e a Zambujeira do Mar como cenário principal.

Se Yael Naim deu, provavelmente, o concerto mais fraco da noite, Rita Redshoes pediu meças à concorrência e mostrou-se perfeitamente capaz de tocar mais tarde. As canções são serenas, por vezes lembrando até o oeste...americano, mas há uma noção de espectáculo perfeitamente à altura do que vem lá de fora. A internacionalização está mesmo aí...

No Planeta Sudoeste, os Tetine podem ter tocado para meia dúzia de corajosos mas surpreenderam pelo arrojo. Merecem voltar noutras condições. O mesmo não se pode dizer da praga Cidinho & Doca, dupla que conseguiu transformar o espaço num ambiente de baile de finalistas de favela. Só que desta vez não houve tiros.

A expectativa produzida pela poliglota Nneka não se traduziu completamente devido a problemas de som. Mesmo assim, e com inteligência, a alemã deu a volta ao texto e foi agarrando quem por ali passava, invariavelmente de copo de cerveja na mão. Rosália de Sousa passou praticamente despercebida.

O palco reggae continua cheio. Para quem entra no recinto, pode até parecer que é este o espaço com os maiores artistas. Mas não. Desta vez, Al Borosie foi uma bela surpresa enquanto Beenie Man confirmou créditos. O Kubik comprovou ser uma boa aposta para um público mais específico.

in disco digital

08 agosto 2008

Sudoeste dia 2: Horários

Palco TMN

Dynamics - 03h10 / 04h00
Chemical Brothers - 01h10 / 02h40
Goldfrapp - 23h40 / 00h40
Tindersticks - 22h10 / 23h10
Yael Naim - 21h05 / 21h50
Rita Redshoes - 20h00 / 20h45

Palco Planeta Sudoeste

Cidinho & Doca - 00h50 / 01h50
Nneka - 23h30 / 00h30
Rosalia de Sousa - 22h10 / 23h10
Moinho - 20h50 / 21h50
Tetine - 19h30 / 20h30

Palco Positive Vibes

Zion Train - 02h00 / 04h00
Beenie Man - 00h15 / 01h45
Al Borosie - 22h00 / 23h30
The Most Wanted - 20h45 / 21h30

Kubik

Rui Vargas - 2h30 / 05h
Sue Ellen - 01h30 / 02h30
Magazino - 00h30 / 01h30
Nuno Reis - 23h / 00h30
Mary B - 22h / 23h

Festival Sudoeste, dia 1: O Sudoeste do Mali

A noite que marcou o arranque dos concertos no palco principal do Sudoeste ficou marcada pelas sonoridades da chamada música do mundo com destaque para o Mali de Toumani Diabaté, e Tinariwen. Björk reencontrou-se com o público português aquecendo a fria noite alentejana que não foi suficiente para afastar os muitos milhares de festivaleiros, com destaque para a enorme presença de espanhóis, que se espalharam pelo recinto.

Chegados ao fim da tarde ao local constata-se logo que o recinto foi revisto, e melhorado. O piso com erva bem alta vai disfarçando a tradicional poeira, a organização do espaço bem melhorada com um local para restauração alargado e coberto, e na ponta contrária ao palco principal um triângulo de opções entre a tenda do Planeta Sudoeste- na prática o palco secundário, o palco Positive Vibes sempre cheio de fãs do reggae, e a zona dada às batidas electrónicas transformada numa bonita discoteca ao ar livre. Tudo espaços bem mais preenchidos que a plateia do palco principal.

E no palco maior quem brilhou intensamente foi a islandesa Björk que assinou um dos melhores concertos da época festivaleira. Visualmente muito dinâmico, e colorido, com a cantora em excelente forma bem enquadrada em vistosos jogos de luzes, o concerto ficou marcado pela transformação das suas canções mais emblemáticas com roupagens bem electrónicas bem dançantes como foi o caso de «Army of Me», ou a grande «Hyperballad». Surpresa geral com a aparição do Rei da Kora, como lhe chamou a cantora, Toumani Diabaté, em palco para tocarem «Hope». O concerto terminou com o simbólico «Declare Independence», já no encore, e que já foi dedicado ao Tibete, isto em véspera de arranque dos jogos olímpicos na China. O concerto do Festival até à data.

Toumani Diabaté antes de chegar ao palco principal tinha brilhado com a sua banda no palco Planeta Sudoeste. O mau som, e a inexplicável indiferença do público perante tão ilustre figura, não ajudaram a tornar o concerto inesquecível.
A juventude esteve sempre mais virada para o palco da entrada principal onde se entregavam aos sons e fumos do reggae, e onde brilharam os franceses Dub Inc., assim como para os devaneios electrónicos do espaço Kubik onde Gui Borato levou ao delírio os amantes das batidas dançantes.

Voltando ao palco principal destaque para o regresso dos Tuaregues Tinariwen ao nosso país. Em relação ao concerto de Setembro no CCB o grupo apresentou-se com as vocalistas que dão mais alma à actuação, mas o ambiente frio com que foram recebidos não os fez soar tão encantadores como já os sentimos. Cumpriram a sua tarefa bem melhor que os Balkan Beat Box de quem se esperava um fecho de noite bem animado, mas a repetitiva fórmula sonora acabou por não convencer os resistentes das filas da frente.

Bem recebidos foram os portugueses Clã ao principio da noite, que actuaram depois dos brasileiros Natiruts, e que continuam a mostrar a boa forma que registaram no mais recente disco da banda.
A primeira noite já lá vai, seguem-se mais três de festa no Sudoeste.

07 agosto 2008

Björk Encanta a SW

É um grande regresso da islandesa ao nosso país. Acaba de actuar no palco principal assinando um belíssimo concerto visualmente muito colorido, e com muita movimentação em palco esgotando os obrigados nos intervalos de cada tema.
A excelente foto da Rita Carmo ilustra bem o momento:

mais na Blitz online.

BJÖRK de Regresso a Portugal

O que esperar do concerto de logo à noite.

(alinhamento do Melt! Festival, na Alemanha, a 20 de Julho)

Intro - Brennið Þið Vitar
Earth Intruders
Hunter
Pagan Poetry
The Pleasure Is All Mine
Desired Constellation
Vertebrae By Vertebrae
Jóga
Overture
Immature
Army Of Me
Triumph Of A Heart
I Miss You
Cover Me
Wanderlust
Hyperballad
Pluto

encore
Anchor Song
Declare Independence

06 agosto 2008

Videoclip Canino

Björk na ZdB

Björk esteve ontem na ZDB a ver o concerto de Chris Corsano, seu colaborador que participa, por exemplo, em «Völta».

A presença da islandesa foi notada por vários espectadores e confirmada pelo pessoal da ZdB, que ontem recebeu vários concertos antes de fechar para férias. A artista esteve acompanhada pela sua equipa.

05 agosto 2008

Festival Sudoeste - Horários

Foram hoje revelados os horários do Festival Sudoeste que se realiza entre 7 e 10 de Agosto, embora o warm up esteja marcado para quarta-feira, dia 6.

Os ingressos estão à venda nos locais habituais e custam 40 euros (bilhete diário) e 75 (passe de quatro dias, com acesso gratuito a estacionamento e parque de campismo).

Horários completos:

6 de Agosto

Palco Positive Vibes

Bob Sinclar - 01h20 / 03h20
Sexy Sound System - 23h40 / 01h10
DJ Malvado - 22h / 23h30

Kubik

Tiefschwarz - 03h / 05h
Full Metal Funk - 01h / 03h
Pansorbe - 23h / 01h
Tiago Santos - 21h / 23h

7 de Agosto

Palco TMN

Balkan Beat Box - 01h30 / 02h30
Tinariwen - 00h10 / 01h10
Bjork - 22h20 / 23h50
Clã - 20h40 /21h35
Natiruts - 19h45 / 20.30

Palco Planeta Sudoeste

Roberta Sá - 01h20 / 02h35
Arnaldo Antunes - 00h / 01h
José James - 22h40 / 23h40
Tounami Diabaté - 21h20 / 22h20
Roy Paci - 20h05 / 21h
Coldfinger - 19h / 19h45

Palco Positive Vibes

David Rodigan - 01h30 / 04h
Dub Inc. - 23h30 / 01h
Souls of Fire - 22h / 23h
Bambule - 20h45 / 21h30

Kubik

Stereo Addiction - 03h / 05h
Gui Boratto - 01h30 / 03h
Zé Pedro Moura - 00h / 01h30
Hugo Santana - 22h / 00h

8 de Agosto

Palco TMN

Dynamics - 03h10 / 04h
Chemical Brothers - 01h10 / 02h40
Goldfrapp - 23h40 / 00h40
Tindersticks - 22h10 / 23h10
Yael Naim - 21h05 / 21h50
Rita Redshoes - 20h00 / 20h45

Palco Planeta Sudoeste

Cidinho & Doca - 00h50 / 01h50
Nneka - 23h30 / 00h30
Rosalia de Sousa - 22h10 / 23h10
Moinho - 20h50 / 21h50
Tetine - 19h30 / 20h30

Palco Positive Vibes

Zion Train - 02h / 04h
Beenie Man - 00h15 / 01h45
Al Borosie - 22h / 23h30
The Most Wanted - 20h45 / 21h30

Kubik

Rui Vargas - 2h30 / 05h
Sue Ellen - 01h30 / 02h30
Magazino - 00h30 / 01h30
Nuno Reis - 23h / 00h30
Mary B - 22h / 23h

9 de Agosto

Palco TMN

Nitin Sawhney - 01h30 / 03h
Vanessa da Mata - 23h55 / 01h10
David Fonseca - 22h20 / 23h35
Brandi Carlile - 21h10 / 22h
Melee - 20h / 20h50

Palco Planeta Sudoeste

Tiago Bettencourt - 00h50 / 01h50
Camané - 23h30 / 00h30
Deolinda - 22h10 / 23h10
Alexia Bomtempo - 20h50 / 21h50
< Pontos Negros - 19h30 / 20h30

Palco Positive Vibes

BigBadaBoom - 02h / 04h
Richie Spice - 00h15 / 01h45
Ziggi - 22h / 23h30
Chaparro - 20h45 / 21h30

Kubik

DJ Kitten - 03h / 05h
Headman - 01h / 03h
Discotexas - 23h30 / 01h
Glam Slam Dance - 22h / 23h30

10 de Agosto

Palco TMN

Led On - 02h30 / 03h15
Franz Ferdinand - 00h40 / 02h10
Shout Out Louds - 23h20 / 00h20
Xutos e Pontapés - 22h10 / 23h
Jorge Palma - 21h05 / 21h50
Tara Perdida - 20h / 20h45

Palco Planeta Sudoeste

Jamie Lidell - 01h20 / 02h20
Cut Copy - 23h45 / 01h
Junior Boys - 22h10 / 23h25
Vicious Five - 20h50 / 21h50
Fanfarlo - 19h30 / 20h30

Palco Positive Vibes

PowPow Movement - 02h / 04h
Alpha Blondy - 00h15m / 01h45
Luciano - 22h / 23h30
Jah Vai - 20h45 / 21h30

Kubik

Dezperados - 03h / 05h
Booka Shade - 02h / 03h
João Maria - 00h / 02h
José Belo - 22h / 00h

04 agosto 2008

Rumo a Sudoeste

Mudança para Mil Fontes para a semana do Sudoeste 2008.

Nostalgia: Then Jerico - Big Area

Recordações de tempos de puto feliz.

Paredes de Coura 2009: Datas

No próximo ano, o festival realiza-se a 30 e 31 de Julho e 1 e 2 de Agosto.
A notícia foi adiantada em conferência de imprensa. A organização estima que em cada dia do festival estiveram entre 20 a 25 mil pessoas.

03 agosto 2008

Paredes de Coura noite 3: Fotos




Teenagers, dEUS, Wraygunn in blitz

Reportagem completa da amiga Lia Pereira na Blitz.

02 agosto 2008

Ecos de Coura: Fotos 2ª Noite





flashes de Editors, Primal Scream e The Sounds.

in blitz

01 agosto 2008

Paredes de coura: Eu Vi os Sex Pistols!

E perguntei-me o concerto quase todo: estes é que são os gajos da anarquia, do punk?! É estranho ver os Pistols em palco com muitos quilos a mais e com ar de pais de família. E se dúvidas houvessem quanto à atitude o mito cai quando 3 fãs conseguem , e bem, enganar a segurança e invadir o palco. Pensei: é agora!
Puro engano. Johnny Rotten não achou piada e veio dar um belo raspanete. "Não façam isto! Este é o meu espaço, esse aí é o vosso. Não façam isto que ainda se magoam."
E a seguir tocam "God Save The Queen". Não fez sentido!
Acho que há bandas que fazem muito bem em continuar a tocar ao vivo. É o ambiente deles, estou a pensar nos Rolling Stones, num Rod Stwert, nuns The Who, só para mencionar alguns nomes vistos recentemente por cá.
Mas esta noite ver os Sex Pistols trouxe algum embaraço à plateia. A eles não porque assumiram que queriam ganhar dinheiro com o seu passado. É legitimo, claro, e até há momentos em que esboçamos um sorriso ao ver a cara de mau de Rotten, e o ar alucinado com que diz piadas.
Foi uma noite para o curriculum, já vi os Sex Pistols. Pronto.
Mas que chegou a ser embaraçoso, lá isso chegou.

Boas surpresas foram os dois concertos anteriores.
Muito bons os Bellrays com o seu blues rock musculado, guiados pela voz soul da poderosa Lisa Kekaula. Com uma qualidade de som no recinto acima da média, os californianos convenceram Coura.

Também os suecos Mando Diao saem do Minho com nota muito positiva. Grande química com o anfiteatro natural de Paredes de Coura que os recebem de braços abertos. Bom rock e a melhor camisola de alças vistas em palcos dos últimos tempos com a imagem dos Beatles.

Hoje continua a festa em Coura.