O regresso da Cinematic Orchestra a Lisboa encheu a sala da Aula Magna mas a banda de Jason Swinscoe não repetiu a noite mágica de Dezembro de 2002 quando actuou no Lux. Ontem só entusiasmaram a espaços.
A Cinematic Orchestra vive essencialmente desses dois enormes discos que marcaram o início da década, "Motion" de 1999, e "Every Day" de 2002. O ambiente de banda sonora para filmes imaginados com recurso a imagens abstractas onde flui o encontro agradável de Jazz com electrónica com nexo, e ocasionalmente, vocalizado no feminino, conquistou muita gente e marcou um período da editora Ninja Tune.
Foi no seu auge que a Cinematic Orchestra aprestou os seus temas no Lux no fim do ano de 2002 num concerto inesquecível.
Desde aí as movimentações da banda resumem-se à edição da banda sonora "Man with a Movie Camera", banda sonora que aproveita ainda restos de "Every Day" e que foi apresentada no Porto no ano 2001 quando a cidade foi capital europeia da cultura, e ao regresso à edição de originais com "Ma Fleur", um disco que não sendo mau não chega à genialidade dos dois primeiros.
Esta noite o que se viu na Aula Magna foi uma sombra do que já conhecíamos dos ingleses. Da hora e meia de concerto a banda só convenceu na última meia hora, incluindo já o encore, quando recriou bem aquele ambiente jazzístico enchendo a aula magna com o seu som característico. Foi uma recta final sem recurso a demonstrações de virtuosismo técnico que se viu na primeira parte do concerto que teve momentos bons para insónias.
Ironicamente o último registo que se conhece da Cinematic Orchestra é um disco ao vivo o que não augura um grande futuro para os ingleses. Valham-nos a memória dos dois primeiros discos.
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