18 dezembro 2009

Them Crooked Vultures ao Vivo em Berlim: por Nuno Calado

Nuno Calado, resistente homem da rádio Antena3 e presença frequente na SIC Radical, teve a sorte de ver o supergrupo Them Crooked Vultures ao Vivo em Berlim há poucos dias. E eu tive a sorte de o convencer a partilhar por escrito a sua experiência com os leitores aqui do blog:


Dezembro é o mês do Natal e dos feriados, aproveitando um desses dias em que o trabalho é esquecido e deixamos para trás as contas do pib e afins resolvi apanhar o avião para Berlim.
Saudades do frio?
Talvez e lá havia muito...
Falta da chuva?
Também encontrei alguma.
Fuga dos muitos concertos que aconteciam em Lisboa?
Pode ser uma ideia, mas quem foge de concertos para ir a concertos só pode haver uma razão: gostar muito de música e de música ao vivo. De sentir as emoções de quem está no público e das bandas em cima do palco. Não há que fazer grande teorias é mesmo viver o momento e perceber o que está a acontecer.

Assim sendo deixei algumas repetições que me eram propostas em Lisboa para ir a Berlim ver os Melvins com os Porn na primeira parte numa sala à beira rio onde dias antes tinham tocado os 2 Many Dj's ou Julian Casablancas.
Uma sala sem qualquer tipo de luxo onde o mais importante é o que se vai fazer e desfrutar. Os Melvins apareceram em palco apenas em formato duo, o guitarrista e vocalista Buzz Osbourne e o baterista Dale Cover. A line up da banda ficaria completa com um segundo baterista algumas músicas mais tarde. Um concerto pleno de energia na tradição dos Melvins.

No dia seguinte havia mais um concerto para ver, a curiosidade era muita para verificar o resultado de uma reunião de talentos quase inegualável: os Them Crooked Vultures.
Desta vez a sala era no meio da cidade junta a uma universidade com capacidade para mais de três mil pessoas distribuídas por dois pisos.
A primeira parte estava entregue a uma banda com um nome mau e de sonoridade desinteressante: Sweetheart.



A verdade é que toda a gente esperava por John Paul Jones, Dave Ghrol e Josh Homme, o que se tornava ingrato para qualquer banda estar a tocar antes deles.
Assim que entraram em palco, acompanhados por um músico convidado multi-instrumentista que saltava da guitarra para o baixo ou para as teclas alternando sempre com o antigo membro dos Led Zepplin, o público ficou rendido.

O concerto é tudo aquilo que se espera de músicos de eleição, grande som, muita entrega e é notório que só estão juntos pelo prazer de fazer música e de tocar uns com os outros. O que se ouve é rock puro e duro! Se existem alguns críticos em relação ao disco de estreia dos Them Crooked Vultures é porque não os viram ao vivo. Na realidade esta banda em concerto é muito mais que a soma das partes sendo um caso sério de eficácia. É no palco que se confirma o real valor que é bem superior ao que ficou registado em disco, diga-se.

O concerto durou uma hora e trinta minutos apenas com canções originais do grupo o que é, sem dúvida, uma prova de integridade, pois seria muito fácil tocar alguns temas dos Them CrookedVultures e depois espreitar sucessos garantidos da carreira de cada um, esse era o caminho fácil, mas não o necessário já que o público saltou e vibrou do primeiro ao último minuto.
O difícil neste caso foi procurar um local onde os ombros ou cabeças não fossem impeditivos de ver o palco.

No fim só fica um desejo: que o publico português os possa ver!