11 dezembro 2008

Gogol Bordello no Campo Pequeno: Suor na Arena


( foto: Rita Carmo - in blitz)

Os Gogol Bordello tiveram regresso auspicioso a Portugal com uma grande recepção no Campo pequeno onde os fãs conquistados no último ano e meio montaram uma enorme festança de mais de hora e meia de punk aeróbico.


A receita já é conhecida desde aquela memorável noite de encerramento da edição 2007 do Festival de Sines devidamente relatada aqui no Disco Digital que esteve presente no castelo. Os relatos dessa noite alentejana espalharam-se depressa e pouco tempo depois já os Gogol Bordello angariavam muitos mais fiéis seguidores em Paredes de Coura, e com a ajuda da cobertura televisiva que fez chegar ao resto do país toda a energia do punk cigano.

Entretanto o disco «Gypsy Punks: Underdog World Strike» era (re)descoberto, datava já de 2005, e ajudava a criar o culto que conheceu o auge com a edição de «Super Taranta!» no ano passado. A fama do louco vocalista Eugene Hütz não parou de subir levando-o a capas de jornais, e revistas, ao lado de Madonna, por exemplo. A legião de fãs também foi alargando, e no verão viram-se bem os seguidores de Hütz a rejubilarem em frente ao palco principal do Alive!.

Agora em nome próprio, e em espaço fechado, os Gogol Bordello fizeram uma excelente prova de vida onde Eugene Hütz, e companheiros, mostraram que não se desviaram um centímetro do essencial; tocarem para, e com, o seu público. A entrega da banda em palco é impressionante, e contagiante, e todo o concerto é passado olhos nos olhos com a plateia que reage de maneira efusiva ao alto ritmo imposto pelos Gogol.

Uma arena é sempre sítio de gente brava, e corajosa, e o público desta noite bem que se manifestou em ondas de linguagem própria de multidões como o crowd surfing, e muito mosh, dando um aspecto verdadeiramente selvático visto das bancadas. É o resultado de uma natural química entre uma música sem grandes artifícios que não sejam as notas de acordeão, com o ritmo de um violino carismático, com a viola inquieta do vocalista, e fortes batidas de bateria. Em suma, o tal punk cigano que transforma a arena em local de prática aeróbica a destilar suor.

in Disco Digital