A introdução celebrizada no tema «Blitzkrieg Bop», e que dá título a esta crónica, foi a mais cantada (gritada?) pelo público entre as dezenas de temas que Marky Ramone, e seus amigos, partilharam em Lisboa. «Hey Ho Let’s Go» é um grito rock n’roll que simboliza todo o espírito à volta dos Ramones; live fast die young, que fez parte da vida adolescente da geração 70 que encheu a sala do Santiago Alquimista no primeiro grande concerto de 2007.
Claro que não foi a mesma sensação de ver os Ramones de Dee Dee, e Johnny, mas ver ali Marky Ramone na bateria, e ouvir as canções de curta duração, e com os três acordes que nos incendiaram os ouvidos juvenis é muito motivador.
No caso do autor destas linhas teve efeitos mais agitadores já que com o ritmo do concerto, e com o desfile dos clássicos o entusiasmo ia crescendo de tal maneira que acabou aos saltos no palco a alguns centímetros de distância do vocalista.
É esta a magia da música que os Ramones deixaram ao mundo, daqui a 20 anos vão continuar a ser ouvidos e descobertos pelas novas gerações. As suas músicas são tão simples quanto geniais, e é impossível resistir aquela introdução gritada; one two three four, seguida de ataques combinados entre cordas e bateria. O corpo responde, mesmo que já tenha passado os 30 anos de existência, e sente-se uma alegria grande por podermos partilhar aqueles temas com um dos elementos dos Ramones que optou por continuar a correr o mundo a tocar os seus clássicos. Ainda bem!
Foi um concerto sincero de parte a parte, Marky falou português mostrou entusiasmo por cá andar, os seus amigos cumprem a sua parte com enorme respeito pela herança ramone, especialmente o vocalista, e a geração 70 apenas precisava das coordenadas dos três acordes para passar uma hora a recordar que no seu tempo é que era bom.
publicado no Disco Digital
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