Regresso de Alicia Keys ao Pavilhão Atlântico para confirmar que é uma das melhores vocalistas/entertainers da actualidade no panorama R&B embora com um concerto uns furos abaixo do de há dois anos.
Há dois anos o Atlântico encheu-se no Dia do Pai para um concerto surpreendente de Alicia Keys com uma imagem e atitude em palco revolucionária em relação aquela com que ficámos de um final tarde no primeiro Rock in Rio. A menina tímida das belas canções ao piano tinha dado lugar a uma mulher solta no palco suportada por uma mega produção de palco ao nível do que de melhor divas da pop como Beyoncé já mostrava mundo fora. Em 2008, houve um concerto arrasador e inesperado de Alicia Keys a todos os níveis.
Agora em vésperas do Dia da Mãe, Alicia regressou ao mesmo local que registou um grande número de fãs mas longe da enchente de há dois anos. É inevitável recorrer à comparação entre as duas actuações e nesse aspecto não temos dúvidas em afirmar que este novo espectáculo não supera o da As I Am Tour. Na prática, Alicia está a apresentar um concerto revisto e actualizado com as canções do novo disco «The Element of Freedom».
O segredo que alimenta a estabilidade de Alicia no top está no facto de os seus discos terem sempre dois ou três enormes singles tocados à escala mundial e a gosto de todos os seus fãs. Assim se percebe o entusiasmo com que foram recebidos os momentos de interpretação de «Empire State of Mind», dedicado a Lisboa, ou mesmo de «Another Way to Die», momento alto mesmo sem a presença de Jack White nem imagens de James Bond.
Todas as qualidade de Alicia mantém-se intactas: voz carregada de alma, simpatia e respeito pela plateia, mantendo uma relação muito própria com as teclas que lhe deram fama e alcunha agora levada ao extremo quando se apresenta com um teclado em forma de chave usado como se de uma guitarra se tratasse.
jjoaomcgoncalves@gmail.comin Disco Digital