O grande concerto que reúne três dos mais importantes músicos do nosso país dos últimos 40 anos suscitou interesse à altura da importância do acontecimento e por isso o Campo Pequeno ao segundo dia de apresentação voltou a esgotar.
O problema será meu mas a verdade é que não saí deslumbrado da Praça de Touros lisboeta. Esperava mais emoção, melhor desempenho, e mais celebração.
A ideia é boa mas deu ideia que ao longo de 2h e meia perdeu-se mais do que galvanizou. Não achei o alinhamento de canções escolhidas muito feliz nem me agradou algumas escolhas de interpretação. Houve um pouco de tudo, Zé Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto juntos na frente do palco, acompanhados por uma multidão de instrumentistas e vozes, ou sozinhos, só um deles, apenas dois deles, ou tudo em conjunto como no final do espectáculo se viu.
Ouvir a bela "Rosalinda" cantada sem Fausto em palco não lembra a ninguém. Muito menos a mim que nunca tive a felicidade de ver o ver em concerto.
Algumas das canções acabavam assassinadas por um coro demasiado interventivo, e houve momentos que chegaram a ser aborrecidos.
Valeu a pena? Claro que sim, são nomes maiores da nossa cultura musical, e não só, ali juntos a cantarem músicas arrepiantes como "Charlatão", "Mudam-se Os Tempos, Mudam-se As Vontades", "Namoro", ou "O Primeiro Dia".
Não podia faltar a lembrança de Zeca Afonso, mas também aqui a escolha não foi muito feliz. A canção "De Não Saber O Que Se Espera" não empolgou o público.
Foi uma noite boa, não foi uma noite épica.
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