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É o regresso dos The Parkinsons, hoje à noite em concerto na ZdB.
Há muito que o seu nome extravasou as fronteiras do circuito fechado do hip hop para entrar no mundo do cinema, por exemplo. A sua participação no filme «Crash», de Paul Haggis, premiado com três óscares recentemente, deu a Ludacris uma exposição à escala mundial que veio reforçar a sua fama já largamente atingida com a edição de cinco discos entre 2000 e 2004. Ainda para mais quando se sabe que Ludacris pertence à galáxia da influente editora Def Jam, por estes dias presidida por Jay-Z, e que conta sempre com a participação de gente influente do mundo hip hop nos seus discos.
Para a segunda metade de 2006 Ludacris guardou a edição do seu disco mais maturo e ponderado da sua discografia. Chama-se «Release Therapy» e contém algumas das melhores composições do género deste ano. Comecemos por «Money Marker», não por acaso o single de apresentação que conta com a participação de Pharrell (que parece dar-se melhor em terreno alheio do que em causa própria) e que é um exemplo do que de melhor se produz no Hip Hop actual.
Perceba-se Hip Hop actual como o movimento que invadiu os canais MTV e que combina videoclips exibindo luxos e luxuosas mulheres a acompanharem a maior parte dos rappers que se movem neste eixo. O mesmo vale para «Girls Gone Wide», ou «Grew up a Screw Up» com Young Jeezy. Mas depois há um lado mais soul, mais funk, o tal que explica o «Therapy» do título. E aqui moram canções de bom recorte clássico como «Mouths to Feed», ou o excelente «Runaway Love» que conta com a ajuda de Mary J. Blige.Há mais colabroações a registar; R. Kelly em «Woozy», Bobby Valentino em «End of The Night», ou Field Mob em «Ultimate Satisfaction». É o disco da afirmação de Luadris como grande figura do hip hop americano.
Ludacris
«Release Therapy»
Disturbing Tha Peace/Universal
Por isso Once Again não é o enorme (em quantidade) disco que as ajudas de Will I.Am, e Kanye West, deixavam adivinhar. Há outro factor que deve ser levado em conta, o piano anda menos presente ao longo de Once Again, e nota-se a sua falta que não é disfarçada com mais guitarras.
Os temas que melhor funcionam nesta nova aposta de John Legend são «Save Room», a faixa de abertura que nos seduz num crescendo continuo, e «Each Days Gets Better», onde o piano está presente trazendo o maior carimbo de qualidade de Legend. Apesar da fuga para o R&B mais acessível, «Once Again» é um conjunto simpático de boas canções que não chegam para fazer um disco inesquecível.
John LegendÀ partida afirmar que o Casino de Lisboa é o melhor poiso para se estar numa segunda feira à noite em que a capital está debaixo de um autêntico dilúvio, pode, e deve, causar estranheza ao leitor menos atento. Felizmente que a população anda cada vez mais atenta às movimentações nocturnas da sua cidade e foi sem surpresa que a sala do Casino estava muito bem composta para receber o excelente concerto de Spanky Wilson & The Quantic Soul Orchestra.
A experiência de se assistir a um concerto no Arena Lounge, nome pomposo dado ao espaço onde decorrem os concertos no Casino de Lisboa, é enriquecedora para o curriculum de quem já anda a ver espectáculos ao vivo há alguns anos, como é o caso do autor destas linhas. Foi a primeira vez que tive a ideia de estar a ver um concerto a acontecer numa varanda de um prédio de luxo. Há a possibilidade de usarmos as escadas rolantes para ficarmos ao mesmo nível da varanda do palco, ou mesmo ficarmos um andar acima. O que não é tão aconselhável é ficar pelo rés-do-chão pois o pescoço não vai gostar do esforço de estarmos sempre a olhar para cima.
Por outro lado, o intercalar do estimulante som vindo da orquestra Quantic Soul, com o tilintar inconfundível das máquinas de jogos, dá um ambiente especial a uma noite diferente.
Em termos musicais a apresentação de «I’m Thankful», o disco que junta a cantora à orquestra, foi imaculada. Muito bem os músicos nos momentos instrumentais, e irrepreensíveis a acompanhar Miss Spanky que, claro, foi a dona e senhora das atenções da noite. Os temas «A Woman Like Me», «I’m Thankful», ou «Blood From a Stone» ainda devem estar a ecoar no imenso espaço do Casino.
Um concerto que correspondeu a todas as expectativas, e que nos fez esquecer por completo da chuvada que caía lá fora.As Crónicas da Terra estão dispostas a lançar uma petição para que o júri do Prémio José Afonso (que a Câmara Municipal da Amadora atribui desde 1988 a um disco português, com o intuito de além de homenagear Zeca, estimular a criação musical de raiz portuguesa) reconsidere a decisão de não ter atribuído este galardão devido ao facto de este “não ter encontrado mérito consonante com o prestígio do Prémio”. Acreditamos que em 2005 foi editado um bom lote de discos. Por isso gostaríamos que os leitores votassem num dos títulos que passamos a mencionar (através do sistema de comentários):
- Cristina Branco - “Ulisses”
- Galandum Galundaina - “Modas I Anzonas”
- Sara Tavares - “Balancê”
- Mandrágora - “Mandrágora”
- Bernardo Sassetti - “Ascent”
- Carlos Bica - “Single”
- Marenostrum - “Almadrava”
- Chuchurumel - “No Castelo de Chuchurumel”
Aquele que obtiver mais votos será o álbum pelo qual faremos “campanha”, através de petição, para que lhe seja atribuído o referido prémio de 2006.
http://cronicasdaterra.com/cronicas/1. Drive My Car - Moray, Jim |
2. Norwegian Wood - Waterson:Carthy |
3. You Won't See Me - Brady, Paul |
4. Nowhere Man - While, Chris |
5. Think For Yourself - Coope Boyes & Simpson |
6. Word - Dickinson, Johnny |
7. Michelle - McTell, Ralph |
8. What Goes On - Hewerdine, Boo & Eddi Reader |
9. Girl - Tams, John |
10. I'm Looking Through You - Simpson, Martin |
11. In My Life - Tabor, June |
12. Wait - Dillon, Cara & Sam Lakeman |
13. If I Needed Someone - Show Of Hands (1) |
14. Run For Your Life - Spiers & Boden |
Este blog mudou de endereço e agora está em http://grandesons.blogs.sapo.pt.