Ao segundo dia o Rock in Rio viveu o melhor concerto do festival com a actuação dos Bon Jovi. Embora não se tenha verificado a enchente da noite de estreia o recinto voltou a receber muitas dezenas de milhares de espectadores que vibraram com a recordação de hinos das décadas de 80 e 90. Alanis Morissette surpreendeu com um visual bem bonito, e a recuperação de canções que lhe valeram o sucesso mundial que ainda hoje goza. Também os brasileiros Skank estiveram bem ao abrir a noite com bom ritmo, só Alejandro Sanz destuou com um concerto aborrecido.
Aos 46 anos John Francis Bongiovi continua com aquela pinta de puto rebelde, e com um impressionante ritmo de palco. Este regresso a Lisboa foi um estrondoso sucesso valendo-lhe até agora o título de melhor concerto da edição deste ano do Rock in Rio. Uma plateia nostálgica sedenta de cantar, e acompanhar uma banda que nos habituou a temas de enorme sucesso desde 1984, ficou rendida logo de início com «Lost Highway», «Born to be My Baby», «Bad Name», e «Raise Your Hands».
Os Bon Jovi não inventam e assumem todo o seu legado com orgulho, e fazem o que sempre fizeram, e fazem-no muito bem. As poses, as baladas, e o grandes êxitos, levam uma audiência na sua maioria trintona ao delírio. Não há quem não acompanhe os refrões. Jon é uma estrela do rock à boa maneira antiga, desce ao corredor em frente ao palco para cumprimentar os seus fãs com um à vontade só ao alcance de quem anda nisto há já muitos anos, e que até o leva afastar os zelosos seguranças que o perseguiam. Nem uma invasão de palco faltou, embora a fã tenha sido parada antes de alcançar o seu ídolo. Todos os condimentos necessários para um grande concerto pop/rock com direito a fogo de artifício na recta final, e com Jon a aparecer equipado com a camisola que Portugal vai usar no Euro para tocar as últimas canções.
Alanis Morissette foi a segunda a subir ao palco e assinou o segundo melhor concerto da noite. Com um visual bem bonito de cabelo alourado, bem pintada, e com uns quilinhos a mais, a canadiana mostrou-se em boa forma enchendo todo o palco com a sua simpática presença conseguindo cativar o público recorrendo aos grandes êxitos dos álbuns «Jagged Little Pill», e «Supposed Former Infatuation Junkie», que juntos venderam mais de 40 milhões de cópias na década passada.
A cantora aproveitou para apresentar canções novas de «Flavors of Entanglement» a ser lançado brevemente, mas foi mesmo com os temas mais antigos que alegrou a Bela Vista.
A abrir a noite estiveram os brasileiros Skank que assinaram um concerto bem festivo satisfazendo portugueses, e especialmente galera brasileira sempre muito bem representada nestes dois dias identificada por camisolas e bandeiras que se agitaram várias vezes durante a actuação da banda de Belo Horizonte em actividade há 18 anos!
O concerto de Alejandro Sanz ficou meio perdido entre Alanis e Bon Jovi. O espanhol aqui em Portugal vive do êxito de uma canção, e no restante concerto a maioria da plateia fica indiferente ao ritmo de Sanz tornando o momento aborrecido. Mesmo assim teve um ponto muito alto com a interpretação do tal êxito chamado «Corazón Partío» que contou com a preciosa colaboração da raínha do Rock in Rio, Ivete Sangalo.
Pena o concerto de Alejandro Sanz não ter sido logo o primeiro, ou segundo, da noite. Teria sido bem mais animada uma sequência dos melhores concertos da noite, Alanis e os eternamente bons jovens.
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