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13 julho 2008
Festival Optimus Alive! 08 Dia 3: O mestre e os aprendizes
Neil Young deu uma lição de rock`n`roll na noite de despedida do melhor festival de Verão em 2008, até agora. No palco Metro On Stage, Roisin Murphy e Gossip levaram o público ao êxtase.
No rock, como em tantos outros postos, não é o bilhete de identidade que importa mas sim a alma. Neil Young já tem netos e alguns deles com idade para frequentarem festivais mas nem por isso deixa inferiorizar. As rugas indisfarçáveis na face apenas servem para assinalar toda a história que transporta para cima do palco.
Pai, avô, guru ou simplesmente padrinho do estilo a que nos anos 90 se convencionou chamar de grunge (o rock vindo de Seatte), não foi capaz de chamar tantos veteranos de guerra ao recinto como o sexagenário Bob Dylan mas aquilo que se perdeu na «terceira idade», ganhou-se entre um público mais jovem.
Cada canção carrega um legado que nos remete para um sem número de bandas contemporâneas, que tanto podem chegar do rock como da famigerada alt. Country. «Rockin` In The Free World» foi o momento mais celebrado de uma figura que, tal como em Vilar de Mouros há cinco anos, soube escrever uma página da história de um evento.
A legião surfista do festival saiu claramente a perder. Em dia de sol, vento e ondas, faltou o turbilhão para que Xavier Rudd e Donavon Frankenreiter não passassem do bocejo à animação. Com a agravante de ambos serem sósias separados à nascença, fiéis seguidores do aborrecido Jack Johnson. Já não há paciência!
Definitivamente, Ben Harper devia ser impedido de entrar no país. O homem já esteve em Portugal mais de mil vezes e agora pensa que é Martin Luther King mas a fita no cabelo à Santana Lopes na Contra Informação e a camisa de ganga lavada mil vezes na 5 à Sec retiram qualquer tipo de credibilidade.
Como se não fosse pouco, o alinhamento chatíssimo seria capaz de fazer inveja a um Roger Waters mal disposto. Os solos constantes remetem para alguma falta de auto-estima dos Innocent Criminals que, de facto, já viveram melhores dias. Por favor, alguém diga a este senhor que a máquina do tempo continua a correr.
Chega de infortúnios. Houve um Neil Young genial e uma panóplia de cantautores incapazes de pôr o Cristo Rei a dançar. Mas também vimos uma Roisin Murphy em êxtase pós-Moloko, uns Gossip em delírio com uma Beth Ditto cada vez mais obesa a não precisar de ir às consultas do Dr. Tallon e os The Juan Maclean a representar a tropa DFA. Os Midnight Juggernauts também comprovaram méritos apresentados em disco.
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