Em reacção…
…a uma média acção. Reacção rápida que não há tempo a perder com mofo crítico. O festival SuperBock em Stock não é o supra-sumo da picada. Não é um fenómeno original. Não o foi nem creio que pretendia ser. Não era tudo o que Lisboa precisava. Não era o máximo, mas existiu.Tudo o que pedimos, enquanto consumidores de música e espectáculos é que haja diversidade, música, arte, variada, rápida, lenta, com tempo, com cores. Tudo o que pedimos é que HAJA alguma coisa. E a partir daí construir, melhorar, rever.
O conceito era bom. É bom. É versátil. Há andamento. Dá vida aquela puta de avenida que se enfeita todos os anos no Natal mas que só é apreciada por turistas, que se instalam na Avenida da Liberdade e os taxistas que os vão transportar. As luzes natalícias de gosto e utilidade questionável ficam ali desamparadas durante quase dois meses. De dia dormem, à noite aprumam-se para uma calçada vazia e carros em marcha rápida.
O festival aproveitou aquela luz, deu-lhe pessoas. Fez mexer edifícios desamparados no Inverno. O Tivoli é uma morte lenta. O São Jorge enche-se de 30 pessoas uma vez por semana para ver cinema croata. O Parque Mayer é um traste de revistas decrépitas. Houve um evento que fez mexer….lá os velhos do Restelo tinham que mandar vir…
Foi caro? 40 euros. Não é fácil. É bom para quem pode. Para quem tem sede de arriscar uma banda que conhece e três que nem sabe muito bem pronunciar o nome. É um festival de descoberta. Vivo. Com visão de melhorar esta cidadezeca que parece que só pode viver naquele mortuário que é a ZDB. Aquele entulho. Desterro social. Esta cidade que dá fado mainstream à sexta-feira. Electro qualquer coisa ao sábado. Musica moçambicana num retiro de artistas de circo ao domingo. Um dia todos dirão que foi muito bom, dinâmico e que é uma pena agora já não haver festival nenhum….
duas coisas muito importantes