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19 outubro 2008
Deolinda na Aula Magna: Uma Casa Portuguesa, com certeza
(foto: Rita Carmo - blitz )
A Deolinda apareceu tímida no início de 2008 e aos poucos foi espalhando a mensagem de uma música talhada para ser uma das sensações do ano. Em Maio o Disco Digital tinha avisado após o concerto do Cinema São Jorge que o grupo de Ana Bacalhau ia fazer furor. Esta noite na Aula Magna não só corresponderam às expectativas como ainda foram contemplados com uma sala esgotada, rendida e histérica a cada canção ao lado.
A nossa reportagem do concerto de Maio terminava assim: «O leitor lembre-se que enquanto não vir a Deolinda ao vivo, o seu ano de 2008 , musicalmente, não faz sentido». Quase meio ano depois, e depois de mais um testemunho positivo por alturas do Sudoeste, a profecia concretizou-se, e hoje em dia a Deolinda já faz parte do gosto popular.
Com um disco editado encheram a Aula Magna e souberam gerir uma hora e meia de concerto inteligentemente com a vocalista a fazer introduções a todas a canções, com direito a alguns encores, algumas repetições, e apresentando já novas músicas que não estão no álbum, abrindo caminho para uma sucessão confiante do primeiro trabalho.
A noite foi de total celebração. Os momentos imprevistos vieram só com as canções não editadas, de resto foi uma harmonia perfeita entre músicos e público já completamente rendido ao encanto da Deolinda. O palco estava despido como poucas vezes se viu naquela sala aproveitando, e muito bem, o cenário natural da Aula Magna com as pinturas a invocarem bem o que é nacional. Tudo a fazer sentido na música bem portuguesa que a Deolinda nos serve. Fado que não chega a ser fado tradiocional, humor inteligente, caricaturas, e sátiras ao quotidiano nacional bem disfarçados em letras bem construídas apoiadas numa sonoridade sempre familiar.
A Deolinda encontrou a receita de sucesso e está na fase de saborear o reconhecimento do público. Um caso de sucesso que é mais do que merecido, e que nos faz vibrar a todos. Afinal estão ali as nossas raízes, tradições, e também o nosso dia a dia. Um concerto em grande para celebrar a melhor estreia discográfica nacional dos últimos tempos. Longa vida à Deolinda!