29 setembro 2009

Green Day no Pavilhão Atlântico: Lisboa a Arder


(foto IOL Música- Manuel Lino)

Não durou as prometidas 3 horas mas foi um concerto arrebatador, o dos Green Day, em que Billie Joe Armstrong brilhou e fez brilhar a juventude portuguesa representada por alguns miúdos que subiram ao palco para o momento das suas vidas.
Cai na perfeição o título que os U2 imortalizaram: «Even Better Than The Real Thing»! Foi o que sentiram dois fãs que deram muito boa imagem da nossa gente. Um subiu ao palco para cantar na vez de Billie e mostrou o porquê do sucesso de tanto concurso de imitações nas nossas televisões. Há talento. E ainda mais surpreendente foi a parte final do concerto quando um outro fã aceitou o desafio de tocar a guitarra do líder dos Green Day em «Jesus of Suburbia». Saiu-se lindamente! Foi como jogar o famoso simulador de consolas Rock Band mas em cima de um palco! Inesquecível para estes rapazes, surpreendente para a imensa plateia que lotou o Atlântico.Terão passado pelo palco perto de uma dezena de fãs resgatados pelo vocalista às primeiras filas. Cantaram, e abraçaram o irrequieto Billie que mostrou não ter medo da Gripe A estimulando o contacto físico com os seus fiéis.

Os Green Day começaram em Portugal a digressão europeia apresentando muito boa forma e aparato visual em palco de respeito. Muitas explosões, muita chama quente, cenários graficamente mutantes e um alinhamento em jeito de revisão que mesmo assim não pôde satisfazer todos os fãs ao deixar de fora «When I Come Around», ou «Wake me Up When September Ends», por exemplo.

Teria sido um concerto ainda mais convincente se não tivessem anunciado uma maratona de três horas seguidas de música que afinal foram encurtadas em 45 minutos. Se os longos momentos passados com o público a replicar os famosos «EHHH OOOHHH» vindos do palco contarem como uma espécie de anti-jogo então teremos que dizer que o tempo útil de concerto ficou abaixo das duas horas, e muito longe das três prometidas.

De qualquer maneira foi um bom concerto com momentos musicais marcantes numa sintonia impressionante entre palco e plateia e uma prova de vida de uma banda que atingiu o auge no já distante ano de 1994 mas que soube manter-se perto das franjas mais novas de fãs através de singles em famosos jogos de consolas, ou em bandas sonoras de filmes consumidos por adolescentes, renovando sempre assim a sua base de fãs. Apesar de já estarmos no Outono a noite foi de Verão e as muitas dezenas de fãs que acamparam de véspera nas imediações do Pavilhão agradecem o tempo ameno.