Entrevista com Wendy James: Uma inglesa em Nova Iorque
João Gonçalves e Davide Pinheiro
Sex symbol de finais de 80, Wendy James esteve muito tempo desaparecida. No momento em que chega um novo disco, ainda por cima com apresentação no MusicBox, a artista confessou-se ao Disco Digital.
Depois do fim dos Transvision Vamp, fez apenas um disco de versões de Elvis Costello. O que lhe aconteceu entretanto?
«Decidi que tinha que escrever as minhas canções. As letras tinham que sair da minha cabeça, a inspiração tinha que vir da minha alma e a sensibilidade tinha que corresponder ao que eu sou. Construí um estúdio na minha casa em Londres e comecei a aprender a tocar diversos instrumentos. Depois, foi uma questão de construir o meu repertório e também de aprender alguma coisa sobre processos de gravação. Daí surgiram as maquetas do «Racine 1», que agora acompanham o «Racine 2». Depois de ter as canções prontas, mudei-me para Nova Iorque e comecei à procura de uma banda. Este é um novo capítulo na minha vida. O concerto de Lisboa faz parte de uma digressão europeia.»
No MusicBox, vão apenas ouvir-se as canções de «Racine 2»?
«Não, vou também tocar canções dos Transvision Vamp».
Há algum compositor com quem gostasse de trabalhar?
«Sim, Bob Dylan.»
Houve alguma banda que a tivesse entusiasmado recentemente?
«Sim, os Black Lips.»
Acredita no poder da Internet para promover a música?
«Eu acho que o MySpace em particular e a Internet em geral dão um óptimo contributo à música. É óptimo para os artistas porque os intermediários diminuem. Actualmente, o poder está do nosso lado e não no de editoras gananciosas. Essas deviam pensar bem no seu papel porque não andam cá a fazer nada. Compreendo que uma multinacional seja um bom suporte em determinada altura da carreira porque tem dinheiro para promover, fazer vídeos, etc. Só que o papel das independentes mudou muito também. Gostava muito de conhecer pessoas nas editoras que trabalhassem tanto como os músicos. Mas não conheço…»
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