
Wendy James regressou aos concertos em Portugal quase duas décadas depois da explosiva passagem dos Transvision Vamp por cá. Algumas dezenas de fãs dessa altura quiseram ver como está a louríssima vocalista aos 42 anos e estiveram no MusicBox para ver e ouvir os Racine. Wendy continua convincente em palco, simpática, mas a demonstrar que os tempos dos Transvision Vamp estão já bem longe e são totalmente ignorados num alinhamento 100% Racine traído pela falta de voz de Wendy.
Entre o público presente na sala do MusicBox, que até apresentou plateia numerosamente digna tendo em conta que lá fora a noite lisboeta registava uma quase total ausência de animação nas ruas, estavam muitos trintões recordados da banda que projectou Wendy James nos finais da década de 80. A esperança de se recordar alguma

Os Racine em palco são quatro jovens rapazes, baixo, guitarra, baterista, e teclista, a acompanharem a personagem principal.
Wendy assume as rédeas do evento e apresenta-se de calças de ganga justas, e t-shirt branca com a sua caricatura desenhada, e a frase Every Song Is Dope, que pode ser comprada no site oficial da banda. Uma vezes a tocar guitarras, outras só com microfone, atira-se às canções dos discos Racine onde se destaca o acompanhamento das teclas.
Não faltaram os temas «Way», «I'm Freaking Out», ou «Bitter Funny», e as poses da vocalista são facilmente reconhecidas pela memória colectiva. O maior problema mesmo foi a voz que começou rouca, para uma hora depois chegar mesmo a falhar, facto pelo qual pediu desculpa.
A parte sentimental obriga o escriba a confessar que se sentiu recompensado pelo facto de ter estado tão perto do palco ao ver Wendy olhar directamente para ele para perguntar a diferença entre um obrigado em português e espanhol. E na parte final novo olhar com um sorriso a acompanhar para perguntar se o "Obrigado" dela estava aprovado. É aquele momento que todos desejamos ter para recordar.
A parte racional obriga a dizer que o concerto nunca passou do morno, não chegou para incendiar a sala, a duração foi muita curta (nem chegou a uma hora), e a falha da voz de Wendy não ajudou.
Deu para matar saudades dos tempos de adolescência e ver que a senhora Wendy James está em boa forma (apesar de magrinha) e que o projecto Racine tem pernas para andar.
in Disco Digital