22 março 2008

Racine: O Passado Foi Lá Atrás



Wendy James regressou aos concertos em Portugal quase duas décadas depois da explosiva passagem dos Transvision Vamp por cá. Algumas dezenas de fãs dessa altura quiseram ver como está a louríssima vocalista aos 42 anos e estiveram no MusicBox para ver e ouvir os Racine. Wendy continua convincente em palco, simpática, mas a demonstrar que os tempos dos Transvision Vamp estão já bem longe e são totalmente ignorados num alinhamento 100% Racine traído pela falta de voz de Wendy.

Entre o público presente na sala do MusicBox, que até apresentou plateia numerosamente digna tendo em conta que lá fora a noite lisboeta registava uma quase total ausência de animação nas ruas, estavam muitos trintões recordados da banda que projectou Wendy James nos finais da década de 80. A esperança de se recordar alguma das canções de «Pop Art», ou «Velveteen», caiu rapidamente por terra com o avançar do concerto.

Os Racine em palco são quatro jovens rapazes, baixo, guitarra, baterista, e teclista, a acompanharem a personagem principal.
Wendy assume as rédeas do evento e apresenta-se de calças de ganga justas, e t-shirt branca com a sua caricatura desenhada, e a frase Every Song Is Dope, que pode ser comprada no site oficial da banda. Uma vezes a tocar guitarras, outras só com microfone, atira-se às canções dos discos Racine onde se destaca o acompanhamento das teclas.
Não faltaram os temas «Way», «I'm Freaking Out», ou «Bitter Funny», e as poses da vocalista são facilmente reconhecidas pela memória colectiva. O maior problema mesmo foi a voz que começou rouca, para uma hora depois chegar mesmo a falhar, facto pelo qual pediu desculpa.

A parte sentimental obriga o escriba a confessar que se sentiu recompensado pelo facto de ter estado tão perto do palco ao ver Wendy olhar directamente para ele para perguntar a diferença entre um obrigado em português e espanhol. E na parte final novo olhar com um sorriso a acompanhar para perguntar se o "Obrigado" dela estava aprovado. É aquele momento que todos desejamos ter para recordar.
A parte racional obriga a dizer que o concerto nunca passou do morno, não chegou para incendiar a sala, a duração foi muita curta (nem chegou a uma hora), e a falha da voz de Wendy não ajudou.
Deu para matar saudades dos tempos de adolescência e ver que a senhora Wendy James está em boa forma (apesar de magrinha) e que o projecto Racine tem pernas para andar.

in Disco Digital