19 maio 2009

Beyoncé no Pavilhão Atlântico: Beleza americana


(foto: Rita Carmo)

Mais que um simples concerto pop, a noite de Beyoncé no Pavilhão Atlântico foi um musical que traduz a força da imagem em formato videoclip com a força da música, e dança, que pode levar mais de 18 mil pessoas ao histerismo durante duas horas. Numa frase; actualmente o maior espectáculo ao vivo do mundo pop chama-se "I Am... Tour"!

Beyoncé Giselle Knowles representa a beleza estética das imortais pernas de Tina Turner, tem a alma de Diana Ross, a memória de Aretha Franklin, o fôlego de Madonna, e é a voz maior em palco do nosso século. É a cantora com mais canções que chegaram a Número 1 nesta década, e a mais rica abaixo dos 30 anos.

Neste seu regresso ao Pavilhão Atlântico, Beyoncé cumpriu todas as expectativas e brindou os fãs portugueses, que esgotaram por completo a sala, com um deslumbrante concerto com uma dinâmica contagiante durante duas horas.
O tiro de partida é dado ao som de "Crazy in Love", que passados 6 anos ainda soa fresco, e os trunfos são logo mostrados. Um palco suportado por um gigante videowall de alta definição ainda suportado por dois écrans laterais, e com os músicos arrumados como se estivessem em andaimes deixam todo o espaço para a cantora e suas companheiras dançarinas brilharem. Muitos truques de luzes, imagens a pintarem a magia do espectáculo ao melhor estilo MTV videoclip.

Até o timming das várias interpretações parece ser perfeitamente em Lisboa. Fica na memória a imagem de Beyoncé vestida toda de branco elevada por cima de refrescantes ondas, e mergulhada na ilusão de um oceano reproduzido no cenário. Diríamos que se recuássemos uma semana a americana estava a deslumbrar no "White Sensation". E poucos minutos no mesmo espaço tudo fica muito mais discreto, Beyoncé transforma-se num anjo enquanto canta "Ave Maria" do seu mais recente disco. Uma representação que não seria desajustada se a imaginássemos 24h antes nos festejos dos 50 anos do Cristo Rei.

A sequência de canções tem um ritmo elevado e nem a constante troca de vestidos de Beyoncé atrapalha o processo porque se passa sempre algo relevante no palco. O melhor exemplo acontece perto do fim quando a sala fica absorvida pelas imagens do clip de "Single Ladies", provavelmente, a canção que melhor funde todo o universo em que se move Beyoncé. Terminada a reprodução das imagens aparece a cantora pronta para mostrar como se faz ao vivo, sem quebras, e contagiante.

Para trás não esqueceu as Destiny's Child apresentando um "medley" de alguns sucessos da banda feminina que mais vendeu até hoje, 50 milhões de álbuns e 45 milhões de singles!
Assim como não hesita em homenagear as suas influências, Diana Ross, ou Tina Turner, e os seus ídolos inspiradores com destaque para grandes planos nos écrans para o novo Presidente norte americano muito querido pelo jovem público lisboeta, a fazer fé na ovação ouvida nesses momentos.

Beyoncé consegue surpreender e espantar tudo e todos quando surge elevada numa espécie de trapézio que a faz "voar" do palco para o meio da sala pendurada a grande altitude. Aterra num pequeno palco, qual ilha no meio dos fãs. Apesar de na sua grande maioria serem jovens do sexo feminino que a aclamavam, Beyoncé meteu conversa com um rapaz feliz da vida que só lhe teve de dizer (gritar) que se chamava Andersson, ou algo parecido, e identificar o nome da sua deusa.
Foi aí que "Video Phone" teve direito a imagens mesmo captadas pelo telemóvel de um dançarino e reproduzidas no grande ecran, isto depois da americana se ter atirado para os ritmos do reggae, com bandeira jamaicana e tudo, com sucesso em "You Don't Love Me ( no no no ). Com o mesmo sucesso que antes já tinha "roubado" "You Oughta Know" a Alanis Morrissete encaixando-a em "If I Were a Boy".

Não fosse o som do baixo estar estupidamente desnivelado soando com estrondo aos nossos ouvidos e teria sido um regalo audiovisual prefeito.
Beyoncé, essa mostrou que é a senhora pop do século XXI. Fantástica!

in Disco Digital