17 janeiro 2010

AIR no Coliseu de Lisboa : corrente de ar



Primeiro grande concerto de 2010 em Lisboa primeira enchente do Coliseu dos Recreios. A sala esgotou para receber os franceses AIR e ouvir os sons que marcaram o fim dos anos 90 e que entusiasmaram muito mais que a produção actual dos parisienses.

O facto da lotação do Coliseu ter esgotado explica-se com Moon Safari. O disco de 1998 que revelou a dupla gaulesa ao mundo é , cada vez mais, um marco sonoro dos anos 90. Não é de estranhar que tenha conhecido recentemente um reedição luxuosa porque é lá que moram os grandes clássicos dos AIR que alongaram a magia já em plena década 00 com a banda sonora do filme de Sofia Coppola !The Virgin Suicides!. Depois souberam sobreviver com mais 4 discos que nunca chegaram a ser de má qualidade mas também nunca superaram o arranque da carreira. O mais recente, "Love 2", é o que serve de pretexto para mais uma digressão e uma passagem por Portugal.

Indo directo ao que achamos ser os defeitos de uma apresentação ao vivo de Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel, acompanhados por um baterista, é que ignoram algumas das suas composições mais belas no alinhamento. Estamos a pensar em "All I Need", canção maior da sua obra. Já nem pedíamos a presença de Beth Hirsch mas podiam facilmente ter trazido uma vocalista para o efeito. Até deste recente disco é esquecida "Sing Sang Sung" que foi o single de apresentação.



Os AIR tocam duas dezenas de canções no seu concerto mas preferem hipnotizar, para não dizer adormecer, os seus fãs no primeiro terço da noite com apresentação dos temas mais recentes o que faz perder a ligação quente entre plateia e palco. Depois compensam quando a meio chegam a "Cherry Blossom Girl", "How Does It Make You Feel?", "Talisman", ao assobio de "Alpha Beta Gaga" e acabam com "Kelly Watch The Stars".
Uma actuação verdadeiramente em crescendo acordando a sala para as felizes memórias dos tempos em que descobrimos Moon Safari.

O encore serve para aclamar os clássicos "Sexy Boy" e "La Femme D'Argent" que chega a ser épico instrumentalmente e que encerra em beleza o concerto.