O fim de tarde vivia-se com preocupação no bonito estádio de Coimbra. Havia a ameaça de chuva, a moldura humana não estava de acordo com as expectativas, e não se sabia ao certo o que esperar da performance de George Michael.
Pois bem, não chegou a chover (apesar da curta presença dos Fingertips que mereciam uma trovoada), e perto das 22h, altura em que começou o concerto, a plateia estava muito mais composta para dar calor ao primeiro grande concerto de estádio de 2007.
Ao fim de poucos minutos também ficámos esclarecidos quanto ao desempenho de George Michael em palco. Imagem sóbria, e elegante, aposta num discreto fato escuro, passando para segundo plano num gigantesco cenário que estimula a visão com imagens cheias de cores centradas numa tela que vai do cimo da cobertura do palco até ao relvado, fazendo de passadeira para o cantor.
Os vários efeitos visuais são soberbos, e o som é arrebatador, principalmente nos temas com batidas dançáveis.
A gestão do repertório é lógica e inteligente, passa pelos maiores êxitos a solo, intercalando ritmos contagiantes como "Star People", ou "Everything She Wants", com baladas a escorrer azeite como "Jesus to a Child".
Como se pode já perceber, o rapaz não hesite em recorrer ao reportório dos Wham!, embora tenha falhado o (muito pedido) "Wake Me Up...".
Antes de um intervalo de 20(!) minutos, o momento mais marcante com a interpretação de "Shoot the Dog" que termina com um grande boneco insuflável de G. Bush no meio do palco. Antes de sair para intervalo, George Michael passa por Bush, desaperta-lhe as calças e sai um cão com as cores da bandeira do Reino Unido pendurado...
É aqui que é preciso dizer que este é o espectáculo que vai inaugurar o mítico estádio de Wembley! Os ingleses vão ter muito com que se entreter.
A segunda parte do concerto é o continuar do desfile de grandes sucessos que a plateia no seu ambiente mais familiar possível acolhe com alegria e satisfação.
Para trás ficou uma presença simpática em palco, e uma demonstração de grande à vontade no domínio de um espaço enorme por só artista, embora de vez em quando tivesse a companhia de alguns elementos da sua banda à boca de cena.
Foi tudo o que se esperava, não houve surpresas e todos saíram satisfeitos.
Mais um que já assinou o livro de presenças por cá.
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