07 maio 2007

Rocky Marsiano Hoje no Casino de Lisboa.

O regresso do projecto de D-Mars justifica todo o destaque por isso partilho aqui a divulgação do HdB a propósito do concerto de logo à noite:

O projecto Rocky Marsiano regressa na próxima segunda-feira aos concertos em Lisboa, com uma passagem pelo Casino que se adivinha especial: não só há um álbum novo no horizonte e portanto novo material que deverá ser executado neste concerto, como a estrutura humana foi maximizada, como D-Mars explica na pequena entrevista que o HdB lhe fez. O colectivo Rocky Marsiano tornou-se um caso sério dentro da nossa cena musical no último ano e meio, quando a transposição de "The Pyramid Sessions" foi feita para os palcos: os concertos apoiam-se na longa tradição de improvisação do jazz, mas são igualmente comandados pelas estruturas que D-Mars conjura na sua MPC. Da mistura dessas duas vertentes tem nascido música entusiasmante. Essas experiências serão condensadas no próximo álbum de Rocky Marsiano em que D-Mars tem estado a trabalhar a partir de Amesterdão, onde actualmente reside.
O projecto Rocky Marsiano transformou-se e ganhou uma nova dimensão em palco. Como tem sido trabalhar com músicos como estes?
Tem sido fantástico para mim. O Rodrigo Amado, o André Fernandes, o T One e o Ride têm sido verdadeiros "companheiros de estrada". Sem a sua entrega, Marsiano ao vivo não seria tão interessante.
O que podem as pessoas esperar deste concerto no Casino? Há algum material novo?
Este concerto terá muitas novidades. Pela primeira vez vou ter duas guitarras, um saxofone, um vibrafone, a MPC, o Ride e, como convidado especial, o Melo D na voz. Em termos de repertório, vou estrear alguns temas do meu futuro álbum. E, claro, o improviso estará sempre presente...
O álbum "Pyramid Sessions" foi muito bem aceite pela crítica. Dois anos depois, como olhas para esse disco?
Com muito orgulho. Foi um álbum sentido. Quero com isto dizer que não foi um álbum no qual não me preocupei em demasia com os vários aspectos mais detalhados da produção. Por isso tem uma aura bem crua e uma certa "imperfeição" genuina.
O HdB sabe que estás a preparar novo material: quando podemos esperar um novo álbum de Rocky Marsiano?
Quando estive em Amesterdão durante o mês de Março produzi numa semana o que será o esqueleto do segundo álbum. Agora estou a trabalhar em outros temas. Portanto, se tudo correr bem, o álbum deve sair depois do Verão.
O facto de estares a viver na Holanda está a influenciar o trabalho nos novos temas?
Obviamente. Toda a ambiência que me rodeia em Amesterdão é propícia para a criatividade.
Que tipo de pesquisa fazes quando estás a trabalhar em temas de Rocky Marsiano? Vais a lojas em específicas, procuras discos de jazz de alguma época em particular?
Acredito muito no acaso. A maneira como vou "à caça" de samples é semi-organizada. As lojas costumam ser as mesmas. Vou atrás de certas secções e depois passo-as a pente fino com a esperança de descobrir sons novos. Por isso levo o meu tempo, sem pressas.
O facto de teres uma história tão longa com o Hip Hop influenciou a tua visão do jazz?
A minha relação com a cultura-mãe influenciou todos os aspectos da minha vida. A visão que tenho do jazz é 100% influenciada pelo facto de o Hip-Hop ser a minha cultura. Descobri o Jazz através do Hip-Hop.
Quem são os teus produtores preferidos?
Sem qualquer lógica na ordem (excepto o Premier...): Premier, Dre.(especialmente nos anos 80), Pete Rock, Marley Marl, RZA, Alchemist, Showbiz, Ummah, Dungeon Family, Reverso 68.
E agora, a fase nerd da entrevista: compras discos com regularidade?
Sempre que posso.
Quantos discos tens?
Nunca fiz a contagem. Não são muitos, mas são suficientes,
Costumas comprar discos só por causa dos samples? Dá-nos um par de exemplos.
Quando estou numa fase criativa compro bastantes discos só pelos samples. Já me aconteceu comprar uma compilação da Verve só por causa de uma única flauta. Era a flauta que usei no "Hold of Me".
Qual foi o máximo que já pagaste por um disco?
25 euros. Não era capaz de gastar mais de 30 euros num disco. Sem nenhum motivo profundo, apenas por uma quastão de teimosia. Mas nunca se sabe se um dia vou deparar-me com um disco pelo qual era capaz de mudar essa norma...
Qual o teu local favorito para comprar discos?
A loja Wax Well Records em Amsterdão.
Tens algum segredo ou alguma técnica quando fazes diggin?
Ter tempo e muita paciência. Não ir atrás do óbvio primeiro.