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07 junho 2006
Deerhoof no Lux: entre a Melodia e o Barulho
(Fotos de Oslo)
Sem ter sido um grande concerto, a passagem dos norte americanos Deerhoof por Lisboa fica na memória como um concerto simpático. Apesar de ser uma noite de 3ª feira, ainda foram muitos os que se deslocaram ao Lux para ver como os Deerhoof transpunham os seus sons gravados em disco para o palco.
Para quem não os conhece, os Deerhoof são um trio movido por um baterista possuído (Greg Saunier), um guitarrista mais discreto, e uma mulher que dá voz, também toca guitarra/baixo, a toda uma mistura de sons pesados e melódicos. Confusos? É natural, não é fácil imaginar um concerto destes. O alinhamento passa por "The Runners Four", o mais recente disco, e vai mostrando o segredo do grupo; alternância entre as vocalizações inocentes, suaves e doces de Satomi Matsuzaki, com linhas de melodias que chegam a encantar, para depois explodirem em devaneios de som caótico e pesado, deixando o público em visível agitação.
Os Deerhoof funcionam bem em palco, mas a repetição da fórmula acaba por não os projectar para algo de inesquecível, acabando por ficarem no patamar do interessante e agradável.
No fim do concerto os 3 membros da banda estiveram à conversa com quem ia comprando os seus cd's e confirmaram a sua simpatia, e o seu entusiasmo pela sua estadia em Portugal. Greg Saunier garantiu que adoravam futebol, mas o facto de desconhecerem o nome Benfica faz-me desconfiar dos seus conhecimentos. Agora já conhecem.
Na primeira parte o projecto chamado Lobster, um homem agitado na bateria, funcionou muito bem. Com pinta de Slash, Lobster arranca todos os ritmos, batidas e sons possíveis de uma bateria que nunca se perde a acompanhar o trajecto sónico de uma guitarra quase sempre endiabrada. Muito bom.
Parabéns à organização, Conta-gotas.