10 junho 2006

Super Rock - Último dia: A Afirmação do Hip Hop


O último dia do Super Rock 2006 foi marcado pela invasão da tribo Hip Hop ao Parque Tejo. Apesar da comparência em números interessantes de pessoal a exibir o vestimento adequado ao movimento hip hop, esta terá a sido a noite que teve menos gente no recinto a acompanhar os diversos concertos dos dois palcos.

O melhor concerto da noite pertenceu a Pharrel Williams. Fez a transição entre a luz do sol e a escuridão da noite, e apresentou-se com uma bela banda a acompanhar. Temas a solo, do disco que teima em não sair, canções dos Outkast, e uma boa presença em palco, cativaram o público que correspondeu com empenho à hora e meia de actuação de Pharrel.


Antes tinha estado Boss AC que não teve problemas em conduzir o seu concerto sob orientação do seu mais recente disco que tão bem caíu entre público e crítica, e quando puxou dos singles mais expostos teve o Parque Tejo nas mãos. O triunfo do hip hop tuga no palco principal.

A abrir a noite estiveram os Kalibrados. Boa surpresa, muita energia, boas rimas, bons beats, boa presença em palco e temas bem construídos. O disco de estreia sai no fim do mês, é de estarmos atentos.

A seguir à passagem de Pharrel, um dos momentos mais esperados da noite. Muitas crianças no recinto, com os respectivos pais visivelmente contrariados, saudaram o regresso de 50 cent a Lisboa. Ontem foi acompanhado a maior parte do tempo por MoB, com aparições da bela Olivia. Repetiu o concerto do Atlântico, em modo mais curto, e voltamos à mesma questão: bom ou mau?
Eu voltei a ficar com a mesma opinião com que tinha ficado em Novembro, 50 Cent ao vivo representa o mais cru do hip hop ala gangster. Não há instrumentos em palco, apenas som de pratos de Dj, e o show é todo baseado no poder vocal do rapper americano. Os êxitos como P.I.M.P., In Da Club, Candy Shop, Get in My Car, ou Out Of Control, soam rápidos, em versões muito mais curtas do que ouvidas em disco. Entre os temas, há conversa entre os dois rappers e muita comunicação com o público, principalmente muitos pedidos de mãos ao ar.
A 50 Cent pertenceu o momento mais divertido da noite. Foi quando os rappers queixavam-se que uma parte da assistência não estava a vibrar, e acusaram-nos de estarem a dormir. Após algumas tentativas de os "acordar". 50 Cent tem a excelente saída: "eu já sei como é que este pessoal acorda já todo" e de seguida consegue cantarolar aqueles "ole ole ole, oleee oleee" que tanto se ouvem nos finais de concertos por cá. O americano ficou tão espantado com aquilo no Atlântico que ontem não se esqueceu de picar o pessoal com o cântico.
E o mais curioso é que... resultou!!
Bom concerto.

A fechar a noite veio Patrice e o seu Reggae meio soul meio funk. Não tinha tão bom ambiente como encontrou no Coliseu no ano passado, mas sentiu-se confortável para fechar à vontade a 12ª edição do Super Rock Super Bock. Não falou a Soulstorm, claro está.

No palco dos portugueses, os Mercado Negro voltaram a encantar, os Mind da Gap ainda não conseguiram convencer com este novo disco.