11 dezembro 2006

Lambchop @ Aula Magna

lisboa, 10 de Dezembro

Muito frio lá fora, domingo à noite parecia ainda mais gelado após mais uma pobre exibição da equipa de Fernando Santos vista através da TVi. E de repente viver o famoso passar do inferno ao céu em poucos minutos.
A sala da Aula Magna é perfeita para receber concertos deste género, os Lambchop ali a apresentarem as suas músicas naquele tom intimista, e nós bem sentadinhos a recebermos tudo aquilo descansados da vida. Só assim é que se ganha ambiente, e contexto para podermos disfrutar de tudo o que uma banda como os Lambchop nos pode dar. Com facilidade os intrumentais invadem o nosso corpo, as guitarras a denunciarem aquele tom de folk americana, neste caso do Tennessee o estado dos Voluntários segundo os americanos. A acompanhar as guitarras há um baixo certo, um orgão de onde saem alguns sons originais, uma discreta bateria, e um charmoso piano que resultam na música bela que os Lambchop nos dão há já vários anos.

Se os intrumentais nos invadem o corpo pode-se afirmar que a voz de Kurt Wagner, e as suas letras, ocupam-nos a alma. São quase 2 horas de harmoniosa combinação entre os mais agradáveis sons e a grave voz de Kurt que se mostrou sempre muito bem disposto quando comunicou com a plateia. Aliás, mais bem disposto que o vocalista só Tony, o homem do piano que mostrou-se um óptimo entertainment.
Um dos momentos altos da noite foi quando uma fã que subiu ao palco na última música do alinhamento antes do encore, e que ficou ali de pé virada para o público e ao lado de Kurt que tocou e cantou enquanto lhe deitava uns olhares. A moça não escondeu nunca um sorriso puro de quem estava a viver um momento único. No fim Kurt explicou que vai ter de explicar aquilo à sua mulher. Outro momento original foi quando a banda ataca uma versão de uma música dos Sisters of Mercy, e que acaba com Wagner agitado agarrado ao microfone.
E claro, o tema Caterpillar levou ao rendimento final uma plateia que se mostrou satisfeita com o que viu e ouviu, embora a sala tenha ficado muito longe de encher.