17 dezembro 2006

Ritual Tejo, «Oitentaenove.01»

Eles vivem! Já quase ninguém se lembrava dos Ritual Tejo quando aparece uma colectânea reunindo o que de melhor conseguiram editar, e mais alguns temas que andavam soltos em outros projectos. Mesmo a tempo do Natal, para gente mais saudosista.

Já passaram cinco anos desde a última música criada, e já lá vão sete anos desde que a formação original dos Ritual Tejo terminou funções juntos.
Mas, Paulo Costa (vocalista e principal rosto do projecto) e companheiros acharam que 13 anos de existência mereciam um resumo, e é assim que nos chega este «oitentaenove.01».
Não se pode levar a mal a iniciativa, afinal qualquer banda com muito menos tempo de actividade, e com muito menos material edita o seu best of.
No caso dos Ritual Tejo é um pretexto para reavivar canções do tipo pasta medicinal couto, das tais que andaram na boca de toda a gente. É o caso de «Nascer Outra Vez», «Lenda do Mar», ou «Foram Cardos Foram Prosas». Há também «Quem és Tu», um tema nunca editado em álbuns de originais.
Se é bom ou mau, depende do ouvido de cada um, o autor desta prosa é daqueles que, por exemplo, prefere ouvir o «Foram Cardos Foram Prosas» na voz da Manuela Moura Guedes...

Mas é preciso relembrar que os lisboetas têm uma história de valor durante a década de 90, com vendas muito satisfatórias, e com um elevado número de concertos ao vivo. Ganharam o respeito, e prestígio que os levou a serem convidados a gravar «Canto Moço» para a homenagem a Zeca Afonso, e «Dar e Receber» para o tributo a António Variações. Abriram os concertos de Bryan Adams em Alvalade em 92, e dos Psychedelic Furs no Coliseu de Lisboa.
Este regresso é um bom prémio para uma banda que se viu forçada a parar devido ao aparatoso acidente de carro que Paulo Costa sofreu no fim de 2001. O mau tempo já lá vai, e os Ritual Tejo pegam no seu reportório para voltar aos palcos já em 2007, e quem sabe até com originais no horizonte.

publicado no Disco Digital