Tenho muitos cd's em casa. Muitos mesmo, na casa dos milhares.
Os anos vão passando e noto que cada vez compro menos discos. Comecei por notar isso em relação às lojas onde ia. Numa altura recorria muito à internet para fazer compras, mas agora vejo que já nem isso.
Este deve ser o ano que menos discos comprei desde que comecei a trabalhar em 1991.
Com a facilidade que há em aceder às centenas de discos que saem por ano, principalmente a normalidade com que se descarrega uma nova edição de uma banda mesmo antes de chegar o cd à loja, foi-se perdendo o ritual de ir à loja pesquisar as novidades, ouvir os conselhos dos vendedores, e arranjar tempo para ouvir com atenção o disco.
Durante uns tempos achei que era uma utopia aquela ideia que os cd's iam desaparecer, que no futuro as lojas de discos iam ser raras, e que o suporte favorito para alojar música deixaria de ser móveis e prateleiras, para passar a ser digital.
Passam-se tempos que não ligo o meu leitor de cd da aparelhagem, e só de vez em quando uso o prato de vinil.
A maior parte da música que oiço é vinda directamente do Itunes, ou do IPod. A minha biblioteca musical passou a ser um disco externo de 250 gb para onde envio todas as semanas uns quantos álbuns novos.
Posto isto uma dúvida tem me perseguido o pensamento: o que fazer aos milhares de discos que tenho em casa, sendo que muitos deles são cdr com capinha bonita e tal?
Acho que me vou dedicar a uma tarefa gigantesca de escolher os cd's que quero mesmo guardar e reorganizar a minha base de dados de discos pela última vez.
E começo a perceber que realmente o futuro é digital.
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