31 julho 2006
8º Festival de Sines: Concertos de dia 29
Värttinä
Devido ao caos instalado à hora de jantar só consegui acompanhar uma parte do concerto das Värttinä cá fora nos ecrans enquanto a fila avançava em direcção à entrada do Castelo.
Depois ainda vi os temas finais dentro do recinto, mas não deu para tirar uma conclusão objectiva. Do que vi gostei, e do que ouvi também. As três finlandesas são acusadas pela crítica especializada de se terem virado muito para o pop nos últimos anos, tendo deixado para trás as raízes mais interessantes da sua música. Penso que aquilo que se viu no palco de sons pode ser uma mescla entre as duas vertentes, um som mais abrangente e as suas origens não renegadas.
Mas foi um concerto agradavel.
Cordel do Fogo Encantado
Aparentemente foram estes brasileiros os grandes vencedores da noite. A reacção do público foi entusiástica, e deu ideia que arrebataram pelo inesperado. Desconhecidos da maior parte da plateia, conquistaram o seu espaço com uma actuação electrificante. Cheios de genica, com rimas interessantes, um som que misturava instrumentos mais típicos com uma batida mais pesada, cativaram o público para um concerto bem conseguido.
O vocalista Lira Paes tem os seus ares de Wayne Coyne, dos Flaming Lips, e tem excelente presença à frente do grupo pernambucano.
Aparentemente eu não gostei tanto como a maior parte da plateia, mas admito que foi bom.
Seun Kuti & Egypt 80
Este ano o escolhido para fechar o festival no Castelo, e ser brindado com o tradicional fogo de artifício no princípio da actuação, foi Seun Kuti, filho do lendário Fela.
Podemos dizer que a herança ficou em boas mãos, pois Seun consegue dar seguimento ao groove que o seu pai espalhou pelo mundo.
É uma imensa festa em palco, há muitos músicos a acompanhar Seun, coros, percussão e o mais importante; os sopros.
Seun aposta na força dos instrumentos de sopro para dar alma à sua música. Cada tema é uma longa viagem de minutos com base no baixo repetitivo, na guitarra a marcar o ritmo, as percussões a ajudarem até à explosão nos sopros. Depois há a sua maneira de dançar enquanto canta, uma coreografia que faz lembrar Fela sem chocar.
Seun é um comunicador, pediu desculpa por problemas técnicos a serem resolvidos em palco, convidou Tonny Allen para se juntar aos Egypt 80, disse que sabia que nós adorávamos futebol, referiu Figo, Cristiano Ronaldo, e Simão que nesse momento virava as costas a Valência.
Um excelente concerto a fechar o festival no Castelo.
Ivo Papasov & His Wedding Band
Para as últimas horas a avenida da praia encheu-se e ouviu Ivo Papasov. Foi convincente, o som do acordeão sabe sempre bem, o ambiente de festa justifica o nome da sua banda de suporte, e manteve sempre o povo em ligação directa com o que vinha do palco.
Pode parecer ousado, mas devido ao que se assistiu depois bem se pode dizer que Ivo Papasov esteve muito bem na primeira parte de uma noite memorável na praia.
Bailarico Sofisticado
Agora esqueçam qualquer tipo de objectividade nestas linhas. Isto porque vou falar das horas que actuaram os 3 dj's que se dão a conhecer como Bailarico Sofisticado.
Não era fácil chegar ao palco depois do concerto de Ivo Papasov ter acabado perto das 4 da matina, e "agarrar" a multidão que podia debandar, tanto pelo cansaço como pelo sentimento de fim de festa depois da assistirem ao último concerto do cartaz.
O que aconteceu entre o anúncio da chegada do colectivo ao palco, e as 8 da manhã foi uma noite inesquecível de festa até ao sol raiar. Literalmente.
Vítor Junqueira, e Bruno Barros puseram centenas de resistentes a saltar, suar, cantar, e dançar sem parar passando grandes temas de ska, reggae, e tudo o mais que lhes ia dando vontade. Chegámos a bailar ao som do pimba mais sofisticado, depois de ouvirmos Damian Marleys, Madness, Mercado Negro, ou Skatalites.
Foram horas seguidas de folia. Horas que passaram a correr, de repente era de dia, o som continuava a puxar a dança, o cenário da praia ao amanhecer é deslumbrante, e o povo não dava sinais de cansaço. Com a luz do dia ouvia-se baile funk e Bob Marley. Pelas mãos de Pedro Marques chega o reggae mais roots, o melhor que a Jamaica tem para explorar. Óptima banda sonora para um fim de semana que se quer como um dos melhores do ano.
Parabéns aos 3, e que para o ano haja mais!
8º Festival de Sines: Concertos de dia 28
Como saí de Lisboa já depois das 18h não cheguei a Sines a tempo de ver Nuru Kane. Portanto, vamos directos para o primeiro concerto da noite no Castelo.
Farida & Iraqi Maqam Ensemble
Não fazia a menor ideia ao que ia, só sabia que Farida vinha substituir Thomas Mapfumo no cartaz.
Foi entrar já com a senhora em palco e ficar rapidamente absorvido por uma espécie de soul music das arábias. Farida tem o sentimento na voz, e os seus companheiros e familiares dão som ao imaginário colectivo que viaja para os lados do Iraque, mas de um Iraque com outra cara. Estava ali a maravilhar-me com o concerto de uma mulher livre a mostrar-nos que há bela , muito bela, música vinda das arábias. Farida fez valer todas as secas apanhadas à saída de Lisboa para rumar ao seu encontro. Mágico.
The Bad Plus
O trio de jazz americano tinha uma tarefa complicada e algo irónica. Primeiro, captar a atenção de uma plateia encantada por... iraquianos. Segundo, fazer valer as boas referências com que vinham a ser apresentados. Sabia-se que os Bad Plus agarram em hits dos Nirvana, ou AC/DC para os refazerem em trajes de jazz. Devia resultar.
Não resultou totalmente. Afinal, não se atiraram a covers como seria de esperar e foram mostrando uma música de contornos jazzísticos interessante, mas longe de deslumbrar. Meteram-se com o "Narc" dos Interppol sem grande excitação, o que é normal já que o próprio original não excita nada, e depois acabaram por descambar à volta do "Chariots of Fire" de Vangelis.
Conclusão os americanos saíram goleados no confronto directo com os iraquianos nesta noite em Sines.
Trilok Gurtu & The Misra Brothers
Depois do jazz americano regressou a magia oriental a Sines. A expectativa era alta para ver ao vivo o mestre da percussão. Trilok Gurtu não defraudou e arrancou um excelente concerto a fechar a noite de concertos no Castelo.
Sentado de lado para o público, e enfrentando os Misra Brothers, comandou a sua música que vive do sentido de ritmo saído das suas mãos ensinadas a marcar o som certo na altura certa. É um espectáculo ver Trilok em acção, e sentir as vozes dos Misra a segui-lo.
Esta música vinda da Indía deixa-nos a dançar até ao fim.
Um dos grandes concertos do festival.
Tonny Allen
Já feita a descida até à praia tudo pronto para receber o concerto de Tonny Allen.
Era um dos concertos que eu esperava com mais expectativa. Tenho discos de Tonny Allen que me fizeram interessar por todo movimento chamado afrobeat. Esperava algo de muito dançável.
A distribuição dos músicos em palco mostrava logo quem era o foco de todas as atenções, com a bateria chegada para a boca de palco, se bem que descaída para o lado esquerdo. Futebolísticamente falando, podia interpretar-se esta visão como tendo em Tonny Allen um excelente extremo direito a centrar bolas prontas a encostar na baliza. Os seus pontas de lança são os restantes músicos, todos muito bons.
Tudo a corresponder ao que esperava, mistura cíclica entre o explosivo funk e as linhas de jazz, o afrobeat a todo o vapor ali à nossa frente a fazer mossa no nosso corpo a acusar já as muitas horas de dança em cima.
Um grande concerto a fechar a noite, com a brisa do mar mesmo ali ao lado.
30 julho 2006
8º Festival Músicas do Mundo em Sines - Algumas impressões gerais
Fui na sexta ao fim da tarde e lá encontrei os amigos do costume nestas andanças. Por um lado é engraçado ir assistindo ao crescimento do interesse e da afluência de público de ano para ano, por outro chega a ser desesperante perceber quando uma pequena cidade da Costa Alentejana não tem capacidade de resposta para tamanha invasão.
Se na sexta à noite tudo correu bem, a mesa do jantar já estava composto à nossa espera, a fila de entrada do Castelo até andava bem, já nas primeiras horas da tarde de sábado o caos apoderou-se de todos aqueles que queriam levantar dinheiro, ou fazer chamdas. Ficar sem nenhum multibanco funcional num raio de alguns km's, e estar sem cobertura de rede em qualquer uma das operadoras de telemovel é impensável nos dias de hoje.
Mas tudo se resolveu nas calmas, uma descida à esplanada da praia, umas cervejas, uns banhos para alguns, e umas horinhas de sol depois já tudo voltava à normalidade. Telemóvel e multibanco em cima.
Está-se muito bem em Sines nestes dias. O convite irrecusável de umas horas na praia, uma volta pelas tendas montadas ao longo da avenida a venderem calçado, roupa e acessórios, umas compras na barraca de venda de cd's ao lado do Castelo, uma salada de ovas, umas imperiais, enfim boa vida.
No entanto outro sinal claro da falta de resposta dos locais à grande enchente é sentido à hora de jantar. Restaurantes cheios, serviços lentos, e nós com muito azar fomos parar a um onde ao fim de uma hora nem talheres tinhamos na mesa. Pagámos o vinho, a refeição de um amigo que garantiu ser fraquita, e a sopa de outro que desesperava de fome. Tudo corrido a sandes perto do castelo, questão resolvida, e início de uma noite memorável que começou ao som das Vartinna e acabou já hoje de manhã com uma enorme festança no palco da praia com o Bailarico Sofisticado a comandar as operações.
Comentários aos vários concertos ficam para depois.
Viva Sines.
29 julho 2006
Fim de Semana em Sines
O Grandes Sons muda-se para Sines neste fim de semana.
Conselho aos leitores: Apareçam por lá, vale bem a pena.
Até Segunda!
28 julho 2006
Chegou a Vez de Sines.
Este ano vou ver as últimas noites da festa que promete ser rija.
Hoje à noite;
Thomas Mapfumo & The Blacks Unlimited + Trilok Gurtu & The Misra Brothers + The Bad Blues + Tony Allen + Nuru Kane & Bayefall Gnawa + DJ Mankala & FreeStylaz
destaco o concerto de Tony Allen, há muito que desejo ver o mestre do afrobeat ao vivo.
Também muito expectativa para ver Trilok Gurtu.
Amanhã:
Värttina + Cordel do Fogo Encantado + Seun Kuti & Egypt 80 + Ivo Papasov & His Wedding Band + Mariem Hassan + Bailarico Sofisticado
da escandinávia chega Värttina, e do Brasil Cordel do Fogo Encantado. Com o encerramento a cargo dos 3 amigos que formam o Bailarico Sofisticado, está garantida a festa!
O Festival Sagres... Super Bock!
Sobre o festival:
Sagres Surf Festival
27 julho 2006
Como Cresceu a "Nossa" Furtado!
Agora aparece nos ecrans de tv a dançar de maneira que não escapa à atenção do mais distraído espectador! Com uma mãozinha do mágico Timbaland, Nelly Furtado tem um single capaz de a catapultar para a pole position das meninas bonitas do r&b americano.
O novo disco chama-se "Loose" e promete andar na frente das tabelas de vendas dos países mais importantes da indústria discográfica.
Ainda por cima o single "Maneater" é muito bom! É coisa para andar no ouvido semanas, até sair por exaustão da adivinhada exposição. Mas para já é canção para se ir ouvindo muito bem.
E a seguir há "Promiscuous", segundo single que conta com a colaboraçao de Timbaland, e que também convence.
Nellu já não é passarinha, e começa dar-lhe com uma Força...
26 julho 2006
KTU em Cascais Hoje à Noite
Já vi o acordeonista finlandês Kimmo Pohjonen a tocar no Fórum Lisboa acompanhado por Samuli Kosminen e posso dizer que é uma experiência inesquecível. Kimmo toca como se tivesse o diabo na ponta dos dedos, e acaba absorvido pela sua própria energia, dando um espectáculo deslumbrante de som e ritmo.
Em Sines também tive a oportunidade de ver o projecto KTU. Além da dupla já referida juntam-se dois elementos dos míticos King Crimsons, Trey Gunn e Pat Mastelotto. Aqui a força de Kimmo no seu acordeão alastra-se pelo palco fora e arrebata a plateia para um viagem alucinante de sons imparáveis.
Hoje à noite no forte da Cidadela de Cascais a não perder, bilhetes entre 20 e 30€.
25 julho 2006
Walk The Line, Já!
Não sou tão entusiasta com o cinema como sou com a música. Interesso-me por cinema, tento acompanhar os filmes mais recentes, recorro a dvd's quando preciso apanhar alguma obra prima que me escapa. Mas há uma área na indústria cinematográfica que me encanta; os filmes dedicados a fenómenos musicais. Acho excelente sempre que notícia que alguém vai avançar com um filme sobre a vida de algum artista. Este entusiasmo atingiu elevadas proporções há poucos meses quando vi em dvd "Ray". Fiquei ainda mais fã de Ray Charles, e de... Jammie Fox.
Concordo com os especialistas que criticam este tipo de filmes quando apontam como vício o facto de os realizadores tentarem sempre adornar muito os dramas, e puxar o moralismo para cima.
Mas o que interessa é que no caso de Ray é como abrir uns portões em direcção a toda a obra de Ray Charles, especialmente aquela que sempre escapa à nossa geração que só conhece os hits ou a vida recente do artista.
No caso de Walk the Line mostra-nos a vida de Johnny Cash, e June Carter, desde a infância até cimentarem o casamento. E depois ficam 35 anos de vida em comum por contar, mas que todos nós que gostamos de música já conhecemos, nem que seja só um pouco.
É uma excelente maneira de descobrirmos que Johnny perdeu um irmão, que adorava, muito cedo, e que a sua relação com o seu pai foi muito complicada por o ter ouvido dizer que tinha morrido o filho errado.
Depois vem a história do primeiro casamento, do nascimento dos filhos, Rosanna Cash que também canta anda por lá, e dos factos que levaram ao falhanço do primeiro matrimónio.
Ver retratados os momentos em que Cash partilhou o palco em digressão com Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, ou Roy Orbisson é fascinante.
O mal do costume , a droga, quase levou Johnny à miséria, mas a sua amada de sempre, June apareceu quando foi mais preciso e recuperou-o para nos deixar uma imensa herança em formato de canções de formato blues / country fabulosa!
Os duetos são incríveis, e as aparições nos palcos deixam adivinhar momentos gloriosos pela América fora.
Declarou-se, e pediu June em casamento repetidamente, mas só em plena actuação o pedido foi atendido.
Como todas as grandes estrelas da história do rock, Johnny esteve preso por posse de drogas. Irónicamente, ele já falava de prisão em temas seus. Passou a saber como era por dentro.
Esse facto levou a que presidiários de todo o país se tenham rendido às suas músicas, e inundavam-no de cartas a contaram-lhe o quanto o adoravam e admiravam.
Tudo isto levou a que Cash fosse à prisão de Folsom tocar ao vivo. Esse momento do filme é de tal maneira empolgante que neste preciso momento estou a ouvir o disco "At Folsom Prison". Um enorme documento histórico de um grande momento na carreira de Cash!
O dvd fez mais estragos neste pobre autor destas linhas. De uma só vez já comprei mais cds; os duetos com June Carter, e o Very Best of The Sun Records, e claro está, a banda sonoro do Walk The Line.
É um universo apaixonante. Eu só comecei a ouvir Johnny Cash há meia dúzia de anos com ouvidos de ouvir, muito por culpa do destaque que a imprensa deu aos seus últimos discos que ia gravando de forma intensa e regular. É a fase final de uma enorme carreira.
Há todo este universo de Walk the Line para descobrir.
Pelo meio, enquanto escrevia estas linhas, aqui o inculto descobriu que o tema "25 Minutes To Go" já era cantado por Cash na prisão de Folsom! E eu que só descobri este incrível tema pelo disco ao vivo de há 3 anos dos Pearl Jam "Live at Benaroya Hall - Oct 22 2003: Acoustic Show"!!
Quem ainda não viu, compre ou alugue rapidamente Walk The Line!
Copa Reggae 2006 à Venda
Já está à venda a compilação da Rádio Fazuma, que já tinha aqui sido falada.
Por (mais ou menos) 10€ temos acesso a uma bela colheita de duas dezenas de músicas enroladas.
Alinhamento:
1 - o pontapé de saída!!
2 - Mercado Negro - Aquecimento Global
3 - Freddy Locks - Wake Up
4 - DJ Nel Assassin - It's a Complow (Remix)
5 - Prince Wadada - Aldeia
6 - Planta e Raíz - De Cara pro Mundo
7 - Djambi - Lenha
8 - Primitive Reason - Had I The Courage
9 - Sativa - 54-46
10 - Chimarruts - O Sol
11 - Contratempos - Devagar
12 - Arsha - Wicked Reggae
13 - One Sun Tribe - Liberation
14 - Montecara - Lost Culture
15 - One Love Family - Africa Chora
16 - Moa Anbesa - Nossa Corrida
17 - Philarmonic Weed - Quintada das Embambas
18 - Regra 4 - Maracutaia Na Cabeça (Remix)
19 - O Apito !!!
20 - Cartel 70 - Joga Man
24 julho 2006
a dois Ao Vivo
hoje, 00.15 DIRE STRAITS ON THE NIGHT
amanhã, 00.30 ERIC CLAPTON - AO VIVO EM HYDE PARK
quarta, 00.30 ANASTACIA - LIVE AT LAST
quinta, 00.30 GORILLAZ - AO VIVO EM MANCHESTER
sexta, 00.30 MADONNA - DROWNED WORLD TOUR 2001
sábado, 01.30 P. J. HARVEY: ON TOUR "PLEASE LEAVE QUIETLY"
VILAR DE MOUROS - 35 ANOS Documentário
Na rtp1, 01:15.
RTP1 VILAR DE MOUROS - 35 ANOS Documentário
O mais mítico dos festivais portugueses comemora trinta e cinco anos
Trinta e cinco anos de sonhos de música em Vilar de Mouros.
SALDOS - 2º round
Nick Cave & The Bad Seeds - B-Sides & Rarities ( 3 cds )
4.89€
Manic Street Preachers - A Secret History Of ( 2 cds )
4.99€
23 julho 2006
Lisboa Soundz@Terrapleno Santos
A realiade é que o Howe Gelb abriu a festa por volta das 18h, e os Strokes começaram já depois da meia noite e meia. Ou seja, houve muito por contar pelo meio, e a vantagem de passar tanto tempo no recinto está no convívio. Estes eventos também são importantes pelas simpáticas conversas que vamos tendo com amigos que vamos encontrando. Amigos que vemos todos os dias, outros que só encontramos em concertos, uns que vemos de tempos a tempos, outros que nos aparecem surpreendemente. Assim o tempo passa a voar, entre umas cervejas, e umas gargalhadas, entre novidades agradáveis, e histórias de outros tempos com a música em fundo. Tudo isto faz parte destas maratonas ao ar livre. Foi bom ter reencontrado amigos de longa data como Álvaro Costa, o Luís Oliveira, o Miguel Quintão, Pedro Gonçalves, Nuno Calado e tantos outros. Entre a conversa futebolística, e musical, se passa um dia em pé.
Quanto aos concertos comecemos pelo fim.
The Strokes
Concerto arrasador! A entrada ao som de "Juicebox" foi reveladora do que iriamos ter pela noite dentro, rock de nos pôr a mexer sem parar. Tocaram quase duas dezenas de canções dos seus discos e mantiveram sempre o nível de entusiasmo da plateia lá bem no alto. Claro que as canções do primeiro disco foram recebidas em loucura ainda maior.
Diga-se que durante este concerto o recinto de Santos recebeu a maior afluência de público de todos os três eventos lá realizados no último mês.
Com uma energia convincente, os Strokes assinaram um dos grandes concertos da época. Não sei se é um hábito de Julian Casablancas, mas vê-lo a furar no meio dos fãs em frente ao palco foi um momento de destacar. Casablancas no meio dos seus admiradores em sintonia com eles, de microfone na mão e cantar enquanto era tocado por todos os que ali estavam.
Depois de um encore de 3 temas, despediram-se ao som de "Take It or Leave It". Grande concerto.
Dirty Pretty Things
Com um som forte, e com uma plateia bem numerosa, mas ansiosa pelos Strokes, os DTP deram um concerto razoável. Defenderam bem o seu disco ao vivo, e tiveram que viver com o que ele tem de bom e de mau. O melhor são alguns temas bem construídos e que podem funcionar uns meses até cairem no esquecimento absoluto. Falo das canções "Bang Bang You're Dead", ou "Blood Thirsty Bastards" do álbum Waterloo to Anywhere.
O resto é som que já nos habituámos de bandas nova vaga como os Libertines, que dá para distrair mas que não sai para lado nenhum.
She Wants Revange
Entraram com "Red Flags and Long Nights", o tema que abre o seu disco. E o título até fazia sentido, já que naquela altura muitas centenas iam-se preocupando com facto de não haver televisões no recinto para acompanhar a apresentação do Benfica.
Os SWR cativam nos primeiros minutos de actuação, mas depois perdem-se nos sons demasiado calcados às suas bandas de referência. Anda-se muito à volta dos derivados de Joy Division e acaba por cair na monotomia. Se conseguissem partir dali para algo mais personalizado era capaz de resultar, assim ficam só pelas boas intenções traídas pelo seguidismo.
Los Hermanos
Estes rapazes são o tal aceno à comunidade brasileira a ver se a organização consegue mais umas dezenas de bilhetes vendidos. Fora do contexto, passaram ao lado das atenções gerais. Boa altura para enfrentar as valentes filas para o pão com chouriço ou hambúguer e jantar.
Isobel Campbell
Aposta falhada no alinhamento. A presença de Isobel em Lisboa foi pura ironia, isto na semana em que os Belle & Sebastian encataram os seus devotos no Coliseu de Lisboa. Nunca pareceu muito à vontade no seu papel de encatar a plateia meia adormecida pelo fim de tarde quente à beira rio. Apostou maioritariamente nas canções do seu aclamado disco gravado com Mark Lanegan que iam sendo identificadas com indiferança pelo público. Ainda passou por uma versão de "Love Hurts", imortalizada por Emmylou Harris e Gram Parsons, mas nunca encantou.
Howe Gelb
Merecia ter actuado no auge da noite. Howe Gelb é enorme, já o conheço de outros concertos inesquecíveis no Santiago Alquimista e no Musicais. Encarou as poucas dezenas que já estavam no recinto às 18h com naturalidade e simpatia de sempre. Apresentou as suas canções do belíssimo novo disco "Sno Angel Like You", e trouxe o coro de gospel que o acompanha nesta nova aventura. Na guitarra, ou ao piano, Gelb encanta com o seu country/gospel/blues de embalar. Por momentos há a química perfeita, o sol escaldante de Lisboa sob o palco de onde saiem os sons do cowboy Howe. Trocávamos o rio pela areia do deserto e podíamos estar num fim de tarde lá para os lados onde Gelb vai buscar a inspiração.
Abertura em grande.
22 julho 2006
SALDOS - 1º round
4 hero - creating patterns, 2001
4,99€
Massive Attack - 100th Window, 2003
1,99€
Ziggy Marley - Dragon Fly, 2003
4,99€
Common - Electric Circus, 2002
4,99€
21 julho 2006
Lisboa Soundz - Horários
Amanhã grande maratona rock à beira Tejo. Terceira festança lá para os lados de Santos. Depois do reggae, da electrónica e sons mais dançantes, amanhã é a vez de muito rock.
A partir das 17h da tarde é de ficar no Terrapleno de Santos. Aqui ficam os horários para nos organizarmos:
The Strokes - 00:10
Dirty Pretty Things - 22:40
She Wants Revenge - 21:20
Los Hermanos - 20:10
Isobel Campbell - 19:00
Howe Gelb Gospel Choir - 17:50
You Should Go Ahead - 17:00
Pixies @ Pav. Atlântico
Se os Pixies acabaram há mais de 10 anos, se o concerto mais emblemático aconteceu no Coliseu de Lisboa por essas alturas, como é que se explica que a banda venha a Portugal 3 vezes nos últimos dois anos, e ainda suscite admiração da plateia?
Simples de responder, a música que os Pixies fizeram é boa, muito boa, e de certeza que vai durar até às descobertas dos ouvidos dos nossos netos.
Em palco já sabemos com o que contamos, Frank Black e Kim Deal captam as nossas atenções e conservam a mesma pose do princípio ao fim. Desfilam clássicos atrás de clássicos. Todas as canções nos fazem lembrar os nossos anos de jovens rapazinhos, ou raparigas, todas nos dizem algo. É impressionante, são mais de duas dezenas de temas e passam num instante.
Não há ali nada de mais do que esperávamos ver, mas também não há nada que nos decepcione, são os Pixies tal como sempre foram, agora numa fase em que vivem dos rendimentos que as suas canções lhes proporcionam. Fazem bem.
Não há nunca a sensação de seca, nem do público, nem da banda. Sabe bem ouvir as faixas ao vivo dos seus 5 discos de originais.
Um bom concerto que nos garante que temos argumentos para nos orgulharmos daqui a muitos anos quando falarmos da música que ouvíamos aos nossos sucessores.
Na primeira parte os Vicious Five apresentaram a sua versão aguerrida do rock de Up on The Walls em formato curto. Os mais chegados ao palco deixaram-se levar pela extraordinária força dos portugueses e ficaram convencidos, lá mais para trás na plateia era a corrida louca à imensa espera por uma cerveja.
Cumpriram!
20 julho 2006
O Regresso dos Pixies a Lisboa - Hoje no Atlântico
Os Pixies são os Pixes! Está certo que é a 3ª vez que visitam Portugal num espaço de 3 anos, mas vejamos a insistência como compensação de mais de 10 anos de ausência. Foi emocionante vê-los no regresso em 2004 no Parque Tejo, foi bom escutá-los no belo cenário de Paredes de Coura no ano passado, vai ser óptimo estar com eles logo à noite em pleno Pavilhão Atlântico a recordar todos os grandes clássicos que sonorizaram as nossas adolescências. Sejam bem reaparecidos.
Na primeira parte uma banda que nos vai obrigar a chegar a horas mesmo, os portugueses Vicious Five prometem incendiar o Atlântico com o seu rock explosivo em palco.
Está marcado para as 21h o início da grande noite.
Revista de Imprensa: Uncut, Agosto
A revista inglesa apresenta este mês um top deveras curioso: os 100 melhores discos de estreia de uma banda! Como todas as listas que se prezam há aqui muita matéria para discussão...
Brevemente falarei mais deste top 100, adianto que o disco eleito em primeiro é: The Velvet Underground & Nico, de 1967
E ainda:
19 julho 2006
James Brown's Funky Summer
Mas há mais motivos para a compra desta edição ser imperdível, o cd que a acompanha é simplesmente fantástico!
Chama-se James Brown's Funky Summer, e tem 15 faixas divididas entre músicas do mestre do funk, seus ídolos, seus protegidos, e admiradores. O 1º tema é um original que vai fazer parte de um novo disco de Brown.
Sem grandes alaridos sigam o link abaixo e tenham acesso ao fabuloso cd. Quem é amigo?
James Brown's Funky Summer
Lily Allen, o Disco Chega às Lojas
Serve o presente "post" para relembrar a todos os leitores que o disco de estreia de Lily Allen é O cd a não perder!
Com edição marcada para esta semana. "Allright, Still" já tem cobertura do All Music que lhe dá 3,5 estrelas.
Este disco já esteve em destaque aqui no Grandes Sons, mas não é demais voltar a falar dele. Para conhecerem melhor a artista e as músicas não deixem de visitar:
LilyMusic
18 julho 2006
Kanye West @ Oeiras
É tão bom quando as nossas mais elevadas expectativas em relação a um concerto são completamente confirmadas, e até ultrapassadas, que só nos apetece partilhar com o mundo nas horas a seguir a deixar o recinto: vi o melhor concerto do ano, um dos melhores dos últimos anos!
Em que se baseia este gajo para poder afirmar uma coisa destas com tamanha convicção? Deve ser esta a pergunta que ocorre ao infeliz leitor que não teve oportunidade de estar em Oeiras nesta noite de 17 de Julho.
Explico facilmente; quando um concerto de um nome que muito admiramos é anunciado geram-se expectativas pessoais muito altas. É por aqui que tudo começa. A ansiedade da espera do momento em que vamos ver o artista aparecer em palco, o desejo de ouvir muitos dos temas que adoramos dos discos de estúdio e das actuações ao vivo que já descobrimos em dvd, tudo isto são sinais que podemos estar perante um grande momento. Mas é um risco assumido, porque por vezes é deste contexto que sai a maior das desilusões...
Kanye West confirmou todas as boas suspeitas, e cumpriu todas as expectativas.
É uma figura cheia de personalidade em palco, é um comunicador por excelência, transmite um enorme prazer no que está a fazer, e canta para nós com uma honestidade e simplicidade só ao alcance dos génios.
O palco é simples, com jogos de luzes sóbrios e eficazes, num nível superior o tal septeto de cordas, mulheres tão discretas quanto deslumbrantes a tirar sons das cordas, um par competente nos coros, com a mulher a dar o seu pezinho de dança com estilo, e um Dj do mais talentoso que se tem visto atrás dos pratos.
E depois há a magia de Kanye, que além de nos dar todos as suas grandes canções dos seus dois discos editados, “Late Registration” e “The College Dropout”, ainda deu espaço a escutarmos clássicos antigos e recentes de gente como Paul McCartney, The Verve,ou Gnarls Barkley, saídos da voz dos coros e acompanhados pelas cordas.
Kanye Omari West, não revela sinais de vedetismo em palco, sempre bem disposto, a mostrar um excelente humor, não se esquece de passar, e cantar, excertos de canções que ajudou a produzir para outros grandes artistas como Common, por exemplo. Tudo feito com classe, e com o público a acompanhar entusiasmado.
Ainda teve tempo para compartilhar partes de temas antigos que, confessou, adorar desde sempre, e aqui destaque para a malha dos anos 80 “Take on Me” dos A-Ha que deixou a plateia de sorriso na boca, enquanto dançava esta recuperação!
A música de Kanye West não é um acaso, tem uma história, tem as suas influências, e foi isso que ele quis partilhar com os portugueses, e provavelmente com todo o público que acompanha a tour, o seu hip hop carregado de soul é contagiante, e ao vivo as suas canções ganham vida própria.
Foi uma noite inesquecível, não é todos os dias que temos o privilégio de assistir a um concerto de um artista que está no auge nesse preciso momento, e que chega até nós no momento certo, na hora h, na altura ideal. Kanye é o homem do momento, e esteve entre nós para o provar. Quem foi até Oeiras assistiu ao melhor concerto de 2006, e a um daqueles que vão fazer história por muitos anos.
17 julho 2006
Estado Líquido: 5º Aniversário - Dj's de Luxo
Para festejar a data há uma festa preparada com música de qualidade assegurada por uma equipa de Dj's de alto nível. De Portugal Rui Murka, Kamala - o homem responsável pelos excelentes sons que se ouvem no bar, Dub, Mike Stellar e Dinis.
A atracção vem de Berlim: DJ Dixon, membro do Sonar Kollektiv e mentor da label Innervisions.
Kanye West pela Net
Site oficial: Notícias, discografia, audio, video, fotos, fórum, e merchandise.
Kanye no My Space
3 temas para ouvir: "Roses", "Heard em Say", "We Can Make it Better"
16 julho 2006
Revista de Imprensa: Mojo, Agosto
RADIOHEAD AND THOM YORKE
The "ungrateful", "self-critical", "evasive" and "terribly polite" Thom Yorke speaks to Nick Kent about paranoia, politics, illness, his new solo project and the troublesome little thing that is the new Radiohead album. Plus, Danny Eccleston takes and exclusive peek at 11 of the band's new songs set for the same said album.
JOHN MARTYN
The one-legged Arcadian king of folktronica holds forth on Lee Perry, Nick Drake, booze, Buddishm and birds. "Porridge, whisky and five Woodbines for breakfast," he advises Mat Snow.
MOJO HONOURS LIST
Elton John and The Jesus And Mary Chain? Jon Bon Jovi and Vic Reeves? Prince Buster and Corinne Bailey Rae? Revel in strange hook-ups, or give thanks to Johnny Cash, David Gilmour and Scott Walker at our annual celebration of musical genius.
JOHNNY CASH
Behind the icon. Greil Marcus, Michael Streissguth and Sylvie Simmons on the secret life of an American legend.
ROSANNE CASH
She's spent 25 years battling for her own musical identity in the shadown of her father. Peter Doggett meets the country rebel and award-winning singer-songwriter who's so much more than her father's daughter.
THE MOJO FILTER:
ALBUMS
Thom Yorke's moving electro-blues; Johnny Cash's fifth; James Dean Bradfield's first… Plus New York Dolls' long-awaited third.
REISSUES
Fania's New Yorcian sould, JAMC's screeeee!, Dr Feelgood's pub rock growl. Plus! Stacks o'Stax, red-hot rockabilly and 100 years of jazz guitar.
BOOKS
Iconic Dylan pics, a candid Bobby Womack autobiography and a murdered MOJO journalist! Something for everyone, then?
DVDs
Gram Parsons, Chuck Berry and some bad Public Enemy puns.
LIVES
Manna for the febrile moshpit at ATP 2006 and some kinda miracle for Os Mutantes.
HOW TO BUY
Elaine Paige to Jimmy Page with the preposterous brilliance of Queen!
15 julho 2006
Marisa Monte de Volta a Portugal
Datas e preçários:
Coliseu do Porto | 5 e 6 de Setembro
Cadeira de Orquestra | 50 Euros
1ª Plateia | 40 Euros
2ª Plateia | 32 Euros
Tribuna | 35 Euros
Camarote 1ª | 34 Euros
Camarote 2ª | 20 Euros
Frizas | 30 Euros
Balcão Popular | 28 Euros
Galeria Reservada | 25 Euros
Geral | 22 Euros
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Coliseu Lisboa | 8, 9 e 10 de Setembro
Cadeira de Orquestra | 60 Euros
1ª Plateia | 50 Euros
2ª Plateia | 40 Euros
Balcão Central | 40 Euros
Balcão Lateral | 30 Euros
Camarote 1ª Frente | 40 Euros
Camarote 1ª Lateral | 35 Euros
Camarote 2ª Frente | 35 Euros
Camarote 2ª Lateral | 28 Euros
Galeria | 20 Euros
14 julho 2006
Assim Se Vê a Força da... TV!
01. Floribella, Flor
02. Original, D'ZRT
03. Eu Aqui, FF
04. Oral Fixation Vol. 2, Shakira
05. ContinuAcção - O Melhor dos GNR, Vol.3, GNR
06. Un Monde Parfait, Ilona
07. Ao Vivo no Coliseu, Tony Carreira
08. Carioca, Chico Buarque
09. Paulo Gonzo, Paulo Gonzo
10. The Very Best Of, Russel Watson
Nouvelle Vague – Bande à Part
Com tão boa receptividade, os autores deram continuação ao projecto e apresentam agora o capítulo dois. Desta vez deslocaram-se do território da bossa nova, para os sons das caraíbas com epicentro em Kingston, Jamaica. Basta ouvir “Heart of Glass”, dos Blondie, aqui cantado por Gerald Toto em andamento reggae. É por estes quentes ritmos que andam as novas 14 versões dos Nouvelle Vague, de “Killing Moon”, dos Echo and the Bunnymen, a “Blue Monday” dos New Order, passando por “Human Fly” dos Cramps, há aqui um arco-irís a colorir canções repescadas ao início dos anos 80, na fase pós punk. Já não tem o efeito surpresa da estreia, mas ainda funciona bem.
Nota: 5/10
Texto publicado na mais recente Mondo Bizarre
13 julho 2006
Quem Foi Syd Barrett
A notícia da morte de Syd Barrett teve honras de divulgação em rádios e televisões. É natural porque o nome Syd Barrett por si só suscita-nos respeito. É do senso comum, falo de quem gosta de música mesmo que são seja dos fãs mais atentos, que se associe Barrett à história dos Pink Floyd, mas nem toda a gente sabe que a sua ligação foi muito curta.
Syd Barrett esteve na origem dos Pink Floyd, e desde logo ganhou um papel principal na banda que viria a ser a atenção do mundo ainda nos anos 60. Syd era vocalista, guitarrista e compositor, e foi um dos mentores do álbum de estreia "The Piper at The Gates of Dawn", de 1965.
Os problemas começaram logo nos primeiros concertos, e em digressão o comportamento de Syd era cada vez mais insuportavel pelos seus companheiros. Tudo se resumia a problemas de droga, LSD, que alteraram por completo o seu comportamento. Ia ficando cada vez mais distante, mas desinteressado e com o humor mais instável. O seu génio compositor, a sua arte a tocar guitarra de maneira inovadora, usando o eco, davam lugar a um génio moldado e prendido ao consumo de drogas.
Ainda chegou a participar no segundo disco "A Saucerful of Secrets", deixando para a história um tema, "Jugband Blues" onde se nota a sua indiferença perante a banda, mas depois foi mesmo afastado dos Pink Floyd.
À partida a ideia era manter Syd como um compositor ligado ao grupo, mas isolado, ao estilo de Bryan Wilson nos Beach Boys. Mas foi impossível, a sua postura era de tal maneira incompatível com o que se queria dele que a banda recrutou David Gilmour, o homem que ensinou Syd a tocar guitarra! Roger Waters assumiu a liderança dos Pink Floyd e Gilmour acabou por ficar sempre ligado à banda.
Curiosamente, foi como factor alheio, mas não indiferente, ao grupo que nasceram as obras primas dos Pink Floyd, ainda hoje reconhecidas por todos. Roger Waters e David Guilmour inspiraram-se na trágica vida de Syd Barret para fazerem "The Dark Side of the Moon", "Wish You Were Here" e "The Wall". Os problemas mentais, o declínio humano, sempre presentes. A sombra de Syd seguia os Pink Floyd.
Para quem viu o famoso filme "The Wall", certamente reconhecerá na personalidade e comportamento da personagem Pink, o vulto de Syd Barrett.
É por isto que o nome de Syd Barrett é tão importante na história do Rock, ele confunde-se com o universo Floyd.
Em nome próprio Syd ainda editou dois discos, e ameaçou um 3º. "The Madcap Laughs" e "Barrett" foram escritos na sua fase criativa, em fins dos anos 60, e são discos interessantes. Mas até este ano a vida de Syd foi reservada, sem aparições em público desde 1973.
Morreu esta semana de diabetes.
É uma personagem do mundo da música que merece ser investigada.
12 julho 2006
Kanye West com Septeto de Cordas
Pois bem, Kanye West vai estar em palco acompanhado de um septeto de cordas, composto por dois violoncelos, quatro violinos e uma harpa!
Estão lançados os dados para uma grande noite de música em Oeiras.
11 julho 2006
Primal Scream - Riot City Blues
Ao nono disco os Primal Scream voltam a mergulhar no mundo do rock n' roll, isto 12 anos depois da primeira investica com "Give Out But Don't Give Up". Se na altura foram muito criticados por não darem continuação ao som original e atractivo que os apontava como pontas de lança de uma nova vaga de música britanica com os seus dois primeiros discos, e muito especialmente com "Screamadelica" de 91, houve quem achasse piada aos devaneios de funk, soul e rock que a banda escocesa mostrou em 94. Eu achei.
Depois de algumas tentativas de marcarem o seu próprio território com a edição de discos como "Vanishing Point"," Echo Dek", "XTRMNTR", ou "Evil Heat", com pontos de indiscutivel interesse entre eles, a banda de Bobbie Gillespie mostra que andou a ouvir os Rolling Stones, os Faces, e o "Zeppelin III, tudo sons extraídos dos anos 70.
Tudo absorvido e cá vai disto: "Riot City Blues" é o manifesto de dedicação aos 70's, mas publicado em pleno ano de 2006.
Nada de mal porque o disco é bom, cheio de rock, blues, boas guitarradas, e boas malhas. Ideal para nos acompanhar nos próximos meses.
No fundo It's All Rock n'Roll... And I Like It!
Nota: 3/5
10 julho 2006
Bilhete Com História ( 5 ): Hype@Meco
O primeiro Hype, o original, aconteceu para os lados do Meco. Foi em 2001, há 5 anos, que o festival orientado para os sons de dança levou milhares de pessoas para perto da lagoa de Albufeira. Com tendas e um palco, espalhados na areia entre pinheiros e com um belo ambiente, nasceu o Hype@Meco. Nesta primeira edição passagens inesquecíveis do pessoal da Ninja Tune pela Tenda Zoom, e grandes concertos dos Orb e Herbert já com o sol a nascer.
Bela noite se passou no Meco, nada a ver com este pobre Hype@Tejo.
09 julho 2006
Hype@Tejo, Lisboa
É claro que a organização não podia adivinhar que na noite 8 Julho a selecção portuguesa estaria em campo às 20h a jogar o 3º lugar do Mundial, mas a verdade é que o povo não trocou a bola pela música.
Os nomes do cartaz até eram bem interessantes, mas não passava pela cabeça de ninguém perder o que se passava no Mundial para ir ver os promissores Kudu. Por mim falo, claro.
Cheguei ao recinto bem depois das 22h, e qual não é a minha surpresa, e espanto, quando vejo os Atmosphere a tocarem para umas 50 pessoas! Era um cenário desolador, o recinto em frente ao palco estava vazio, e os Atmosphere davam sinais de descontentamento com tão fria recepção. Perdeu-se uma oportunidade para apreciar o excelente hip hop que mostram nos seus discos. Não havia ambiente.
Dentro de um pavilhão, uns metros ao lado do palco principal, os Téléphatique estavam bem mais animados e tinham tanta gente ou mais a ver e a dançar. Ambiente de festa.
Os únicos que deram sentido ao baptismo deste festival foram os Buraca Som Sistema. Recebidos com entusiasmo conseguiram reunir o maior número de interessados neste novo projecto que tem agitado os nossos meios com o seu kuduro progressivo. Actuação contagiante, seguramente a melhor da noite, e com o povo a entregar o corpo à agitação, sem vacilar.
Ao mesmo tempo os Hot Chip tentavam angariar mais seguidores à sua causa vestida de uma pop electrónica que o seu disco de estreia mostra. Mas nunca se mostraram muito confortáveis com o seu papel, e o público também não foi muito entusiasmante para que tudo se tornasse mais especial. Parece que na véspera tudo correu melhor aos Hot Chip na ZdB com o seu verdadeiro público.
Os Massive Attack vieram dar alguma dignidade aquele palco principal e o recinto ficou minimamente composto e participativo com mais uma visita do grupo. Os Massive Attack não dão maus concertos, a sua música é boa demais para algo correr muito mal, mas também estão numa fase em que não arriscam um milimetro em palco. Andam a promover o seu Best Of, e o alinhamento não foge a todos os temas que já conhecemos. Nem um "lado b" do segundo cd que acompanha a edição especial do best of é arriscado. Cumpriram.
Já passava das 2 da manhã quando no pavilhão começaava mais um DJ Set com DJ Marlboro. A promessa dos sons quentes da Favela Funk deu lugar a canções brasileiras que podiam ter saído da playlist da rádio tropical.
Não aguentem nem meia hora. Grande desilusão.
Este Hype@Tejo não deixa saudades a ninguém.
08 julho 2006
Hype@Tejo, Tudo a Dançar em Santos
07 julho 2006
Kudu - Death of Party
O nome é engraçado e ameaça ser um dos projectos mais badalados do ano. Os Kudu são uma banda que concentram atenções na dupla formada por Deantoni Parks (baterista), e Sylvia Gordon (vocalista, e baixista).
A história é simples e conta-se em poucas palavras, os Kudu apareceram a tocar regularmente durante o último ano no mesmo clube onde Norah Jones e Brazilian Girls foram descobertos, em Brooklyn, Nova Iorque.
Com um som muito estimulante que contempla a electrónica dançante, letras interessantes, e uma performance muito convincente em palco, foram angariando cada vez mais admiradores. Algures entre o humor dos Dee-Lite, o groove das ESG, ou a atitude dos Creature, o som dos Kudu é algo de fresco e interessante na área da música de dança, e da pop.
A palavra entre os fãs foi se espalhando, e é sem surpresa que temas dos Kudu comecem a ser ouvidos um pouco por todo o lado entre os ouvintes mais atentos, criando um hype mesmo antes do disco sair.
Em “Death of the Party” há muito para descobrir e dançar, e confirma-se que o barulho à volta dele é justificado. Logo o tema de abertura é candidato a single do ano, “Hot Lava” tem um balanço irresistível, com batidas certeiras a suportarem a voz de Sylvia Gordon. Aliás, a vocalista é o grande trunfo dos Kudu, com um registo a fazer lembrar Siouxsie Sioux, e com uma presença notável em todo o disco. O resto vem da frenética bateria de Parks, e das muralhas de teclas que sustentam temas apontados à pista de dança como “Suite Life”, “Bar Star” ou “Magic Touch”.
Os Kudu são uma das novidades mais promissoras deste ano, e “Death of the Party” tem tudo para ser um disco marcante.
Nota 7/10
06 julho 2006
Bonga em Belém, Hoje às 22h
Concerto imperdível do conceituado músico angolano Bonga em Belém. Inserido no Festival África 2006, o aguardado concerto de Bonga vai proporcionar ouvir os temas dos seus míticos discos "Angola 72" e "Angola 74".
Antes de Bonga há o concerto de Cheikh Lô a representar a música senegalesa, e também é uma apresentação muito aconselhada.
Tudo de borla junto à Torre de Belém a partir das 22h.
05 julho 2006
«Rebeldia Con Alegria» Amparanoia
Um disco de 2004 para chamar o sol e o calor neste verão chuvoso.
Irresístivel! É a palavra certa para caracterizar o som dos Amparanoia. Quem teve a dupla sorte de trocar o palco principal pela Tenda Raízes no último dia do Rock In Rio de há dois anos sabe do que estou a falar.
Música para pular, dançar, sorrir, cantar e alargar o leque de discos de consumo obrigatório em pleno calor!
Esta “Rebeldia Con Alegria” é uma compilação com os melhores momentos da carreira dos espanhóis Amparanoia, liderados pela imparável Amparo Sanchez. É ouvir o tema de abertura “En La Noche” e ficamos logo rendidos ao mundo de encontros entre o reggae, funk, rock e tudo o que fizer dançar. Só nesse tema canta-se em inglês, francês e castelhano. A descrição é familiar? Claro que sim, Manu Chao está presente, em corpo e espírito. São os caminhos contagiantes desta música que ilustram todo o disco que revela dois temas inéditos, um deles, “Don’t Leave Me Now” conta com a ajuda dos Calexico.
É uma maravilhosa maneira de conhecer os Amparanoia, e tem como vantagem o facto de podermos continuar a explorar os trabalhos da banda expostos em quatro discos de originais já editados. Obrigatório!Brevemente falarei do novo disco já editado este ano.
Nota: 4/5
04 julho 2006
Burning Spear@Terraplano de Santos, Lisboa
Aliás, pensando melhor, eu devia era ter ido só às 24h, só que era uma segunda feira, início de uma semana de trabalho, sair à meia noite de casa não era apropriado. Assim tive que levar com mais de uma hora de concerto de Sean Paul. Ok, tudo bem, o rapaz tem ascendencia lusa, é simpático, tem umas belas meninas a dançar em palco e até tem um, ou dois, singles engraçados. Mas, caramba, isso não faz dele um digno antecessor em palco do mestre Burning Spear.
Sean Paul serve-se do reggae, há ali ligeiros laivos que fazem lembrar a música jamaicana, para se atirar com todo o azeite para um hip hop/rap/pop aborrecido e sem ponta de interesse. A miudagem parece adorar. Claro que apareceu de camisola preta da selecção vestida, claro que puxou do cachecol, claro que cantou por Portugal, e claro que o povo respondeu em extâse.
Musicalmente, é que foi uma nulidade. Há um momento em que Sean Paul diz para nos lembrarmos dos grandes nomes do reggae da Jamaica; Bob Marley, Burning Spear... Era aqui que os seus imberbes fãs deviam ter dado ouvidos.
Mas não deram, e assim que acabou o concerto todos rumaram à saída em direcção aos carros dos papás que os esperavam. Foi pena, ficaram sem saber o que é o reggae a sério. Terão tempo de aprender com os anos. Haja vontade!
Plateia renovada. Meninos e meninas a caminho de casa. Rastas, freaks, e um público visivelmente menos jovem, chegaram-se à frente do palco e tudo se compôs para receber o senhor Burning Spear. Um som de reggae a sério, secção de sopros com 3 elementos, teclista competente, baterista convincente, e baixista discreto, só o guitarrista abusava dos solos irritantes. De uma maneira geral Burning Spear está bem acompanhado em palco, e como revela excelente forma aos 58 anos, o concerto flui com naturalidade em direcção à comunhão rastafari pregada do palco, e recebida por corpos em movimento. Não era de estranhar a presença de gente ilustre entre anónimos, Pacman - vocalista dos Da Weasel, ou Messias - vocalista dos Mercado Negro, eram dois exemplos de gente consagrada que vinha prestar homenagem a um dos seus ídolos jamaicanos.
Burning Spear mostra uma voz bem conservada, é muito simpático, dança em palco, e estica as suas música para lá das vocalizações tomando conta da percussão. Digamos que até é uma fórmula que acaba por ser exagerada, de tantas vezes que é usada.
Mas valeu a pena, Burning Spear é uma figura mítica do roots reggae jamaicano e não desiludiu, com a sua respeitavel barba branca, boina preta, t-shirt vermelha por baixo de um colete de ganga, o cantor deixou uma excelente imagem entre os apreciadores do género.
03 julho 2006
Morr Music em Saldos!
A editora Morr Music alberga excelentes projectos musicais como por exemplo: Lali Puna, Isan, Solvent, Mum ou Ms John Soda, entre outros.
A boa notícia é que a Morr Music tem os seus discos em saldo, com preços entre 2.99 e 4.99 libras, no site Boomkat.
Há muito por onde escolher.
Mondo Bizarre nº26
Já anda por aí a nova edição da Mondo Bizarre. Entre entrevistas, e análises a novos discos destacam-se os nomes:
Final Fantasy - Cansei De Ser Sexy - The Legendary Tiger Man - Year Future - Red Krayola - Ellen Allien & Apparat - X-Wife - Dave McKean - Stuart Staples - Ken Vandermark - Bypass - Sonic Youth - The Raconteurs - ESG - Serge Gainsbourg Revisited - Gnarls Barkley - Current 93 - The Twilight Singers - Six Organs Of Admittance - Loose Fur - TV On The Radio - The Black Heart Procession
Hoje a Não Perder: Burning Spear em Lisboa
Para quem gosta de reggae este é um concerto obrigatório, já que Burning Spear é um dos nomes mais importantes do roots reggae jamaicano, já leva 35 anos de carreira que começou na mítica Studio One quando foi gravar um disco por influência de Bob Marley.
Ainda hoje Burning se apresenta ao vivo com o mesmo entusiasmo de sempre, sendo de esperar que o seu concerto tenha as mesmas boas vibrações de outros que já pudemos assistir de gente como Horace Andy, Max Romeo ou o mestre Lee Perry.
O concerto deve fechar a noite que envolve mais artistas. É o TMN Summer Sessions, que comemora os 10 anos de Festival Sudoeste, e que promove noites como esta por todo o país. Em lisboa além de Burning Spear temos ainda Sean Paul, G. Love & Special Sauce e Luciano com Dean Frasier e Andrew Tosh, filho do lendário Peter.
O concerto de Burning Spear é um ponto alto que não deve ser perdido!
02 julho 2006
01 julho 2006
Madonna na Cruz
Concertos de Sábado à Noite: Pluto, Jamaica All Stars, Méchanosphère...
E no bar Lounge há sons escolhidos por D-Mars e Dub.
Quantic@Estado Líquido
Noite bem passada com música que deixou toda a gente a dançar.
Hoje Quantic estará nos Maus Hábitos, no Porto.