18 julho 2006

Kanye West @ Oeiras

E não é que foi mesmo o concerto do ano?!



É tão bom quando as nossas mais elevadas expectativas em relação a um concerto são completamente confirmadas, e até ultrapassadas, que só nos apetece partilhar com o mundo nas horas a seguir a deixar o recinto: vi o melhor concerto do ano, um dos melhores dos últimos anos!

Em que se baseia este gajo para poder afirmar uma coisa destas com tamanha convicção? Deve ser esta a pergunta que ocorre ao infeliz leitor que não teve oportunidade de estar em Oeiras nesta noite de 17 de Julho.

Explico facilmente; quando um concerto de um nome que muito admiramos é anunciado geram-se expectativas pessoais muito altas. É por aqui que tudo começa. A ansiedade da espera do momento em que vamos ver o artista aparecer em palco, o desejo de ouvir muitos dos temas que adoramos dos discos de estúdio e das actuações ao vivo que já descobrimos em dvd, tudo isto são sinais que podemos estar perante um grande momento. Mas é um risco assumido, porque por vezes é deste contexto que sai a maior das desilusões...

Kanye West confirmou todas as boas suspeitas, e cumpriu todas as expectativas.

É uma figura cheia de personalidade em palco, é um comunicador por excelência, transmite um enorme prazer no que está a fazer, e canta para nós com uma honestidade e simplicidade só ao alcance dos génios.

O palco é simples, com jogos de luzes sóbrios e eficazes, num nível superior o tal septeto de cordas, mulheres tão discretas quanto deslumbrantes a tirar sons das cordas, um par competente nos coros, com a mulher a dar o seu pezinho de dança com estilo, e um Dj do mais talentoso que se tem visto atrás dos pratos.

E depois há a magia de Kanye, que além de nos dar todos as suas grandes canções dos seus dois discos editados, “Late Registration” e “The College Dropout”, ainda deu espaço a escutarmos clássicos antigos e recentes de gente como Paul McCartney, The Verve,ou Gnarls Barkley, saídos da voz dos coros e acompanhados pelas cordas.

Kanye Omari West, não revela sinais de vedetismo em palco, sempre bem disposto, a mostrar um excelente humor, não se esquece de passar, e cantar, excertos de canções que ajudou a produzir para outros grandes artistas como Common, por exemplo. Tudo feito com classe, e com o público a acompanhar entusiasmado.

Ainda teve tempo para compartilhar partes de temas antigos que, confessou, adorar desde sempre, e aqui destaque para a malha dos anos 80 “Take on Me” dos A-Ha que deixou a plateia de sorriso na boca, enquanto dançava esta recuperação!

A música de Kanye West não é um acaso, tem uma história, tem as suas influências, e foi isso que ele quis partilhar com os portugueses, e provavelmente com todo o público que acompanha a tour, o seu hip hop carregado de soul é contagiante, e ao vivo as suas canções ganham vida própria.

Foi uma noite inesquecível, não é todos os dias que temos o privilégio de assistir a um concerto de um artista que está no auge nesse preciso momento, e que chega até nós no momento certo, na hora h, na altura ideal. Kanye é o homem do momento, e esteve entre nós para o provar. Quem foi até Oeiras assistiu ao melhor concerto de 2006, e a um daqueles que vão fazer história por muitos anos.