O Dance Station foi a prova de que ainda é possível surpreender Lisboa com um evento musical bem organizado.
Quase sem se dar por ele o Festival (chamemos-lhe assim) que ocupou parte da baixa lisboeta atraiu muitos entusiastas dos sons mais dançáveis. E esta noite ficou mostrado que o rótulo de dance music é muito abrangente e que tanto define a excelência de DJ's dos Chemical Brothers, como a calmaria luxuosa dos franceses AIR.
No entanto o concerto que vai perdurar na memória colectiva de quem chegou à hora de jantar à sala do Coliseu foi assinado pelos !!!, muito graças à fabulosa performance do seu carismático vocalista Nic Offer. Apresentaram temas de "Myth Takes" e "Louden Up Now" com um ritmo alucinante, entre danças alucinadas, discurso bem humorado, e saltos para o meio da plateia para cantar no meio dos fãs.
Um verdadeiro vulcão em formato de três pontos de exclamação que conquistaram o Coliseu música a música, acabando em loucura total. Razão tenha Nic Offer quando perguntou quem é que se tinha lembrado de os pôr a tocar aquela hora? Um dos concertos do ano, a confirmar que o mito à volta da passagem deles por Coura tem fundamento.
Destacado o melhor concerto da noite no Coliseu falemos da brilhante ideia da transformação da bela estação do Rossio em pista de dança. Muito bem conseguida a envolvência do ambiente de estação de comboios com o palco, luz e som. Parecia uma espaço feito para grandes concertos. E quem tirou o expoente máximo do local foi o duo Chemical Brothers com uma actuação poderosa e inesquecível. Com um casamento perfeito entre imagens decorativas no cenário do palco, mais um jogo de luzes espectacular, e uma qualidade de som acima da média, os muitos resistentes da maratona Dance Station reagiram em euforia aos sons dos muitos singles conhecidos. A partir de Galvanize foi sempre a subir. Grande festa na estação!
Pelo meio no Coliseu ficam para a história dois concertos diferentes. Os Air regressaram a um palco que já tinham pisado no início da década, e voltaram a lembrar que são muito bons para se ouvir em disco. Ao vivo a coisa arrefece, e adormece. Ainda para mais depois da passagem estrondoso dos !!! a diferença notou-se. De qualquer maneira tiveram a sala quase cheia para os aclamar.
Já a passagem de Fisherspooner foi bem engraçada. Algures entre o glam disco, e o elctro manhoso, o rapaz arrancou uma boa actuação ajudado por duas versáteis dançarinas, e conseguiu entusiasmar ao máximo a plateia do Coliseu.
Uma noite diferente no eixo Portas de St. Antão - estação do Rossio, com a ponte terrestre a ser feita de cerveja na mão, a combater a noite quente, e com muitos encontros entre amigos e conhecidos no meio da rua.
Resultou em cheio o Dance Station.
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