Lisboa tem fado, todos sabemos disso. Nem sempre nos lembramos é que a capital tem uma belíssima casa que é o Museu do Fado e que fica ali às portas do histórico bairro de Alfama. Ontem à noite o Pequeno Auditório do Museu encheu para acolher a apresentação de uma jovem, e promissora fadista que dá mostras de querer dar continuidade à interpretação do fado tal como ele sempre foi.
Fábia Rebordão tem 22 anos e não é uma desconhecida do público, a sua passagem pelo programa da RTP1 Operação Triunfo ficou na memória dos muitos que agora a encontram totalmente concentrada no fado. Isto depois de ter passado pelo elenco de «My Fair Lady», musical de Filipe La Feria em 2003, e de ter experimentado as áreas da soul, do jazz, blues, e até opera.
A aposta agora vai para o fado, e com acerto, pois Fábia Rebordão, impecavelmente vestida pela estilista bracarense Elsa Barreto, é senhora de uma poderosa voz já bem trabalhada que canta com convicção, e emoção os clássicos «Cuidei que tinha morrido», de Pedro Homem de Mello/Alain Oulman, «Fado Tamanquinhas», de Linhares Barbosa/Carlos Barbosa, «Madrugada de Alfama», de Amália Rodrigues/David Mourão Ferreira, ou mesmo «O Homem na Cidade» de Ary dos Santos.
Um serão muito agradável passado no Museu do Fado a lembrar que Lisboa é fado, e continua a ter jovens talentosas fadistas.
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