Sexta feira, dia 27, regresso a Sines para acompanhar a recta final do Festival que já estava bem instalado no centro fazendo do eixo Castelo-Praia Vasco da Gama um corredor giratório onde milhares de entusiastas circulavam do fim da tarde até ao sol nascer. As cordas do Quinteto de Hamilton de Holanda, os sopros do World Saxophone Quartet, e a festa de Rachid Taha animaram o Castelo.
Ainda com os ecos dos festivaleiros residentes durante todo o evento a garantirem que as passagens de Carlos Bica & Trio Azul com DJ Ill Vibe, e Harry Manx, tinham que figurar no topo dos melhores concertos, registámos já uma grande afluência junto ao Castelo à hora de jantar. Casa cheia para receber os brasileiros do Quinteto de Hamilton de Holanda. Interessante demonstração do que é um bandolinista virtuoso, Hamilton domina completamente o instrumento e depois contextualiza o seu som com as demais cordas, harmonica e bateria da banda que o acompanha. Interessante, mas pouco entusiasmante mesmo que ainda tenha arranhado ao de leve um fado para alegria do povo. Saiu feliz, e foi um bom começo de noite.
Seguiu-se o World Saxophone Quartet que prometiam muita critica política, ao poder dos Estados Unidos da America, mas acabaram por se expressar apenas através dos seus saxofones. David Murray a abrir caminho para exercícios jazz, e os companheiros a seguirem-lhe o rasto num caos ordenado. Quando se desviaram por caminhos mais funk o público correspondeu e houve sintonia. Mas não chegou para agitar o Castelo.
A hora da grande agitação estava guardada para o fim. A coisa prometia tendo em conta que o argelino Rachid Taha tem fama de pôr a malta a dançar, e a sua boa disposição no backstage era um bom sinal.
Foi ao som do que se pode chamar de Rai Chunga que Taha conquistou a plateia ávida de emoções fortes para dar o corpo à dança.
Rachid é uma figura engraçada e tem o carisma do rock n`roll, percebeu o que a malta queria e foi sempre a puxar por Sines enquanto pedia champanhe. Música alterada da Argélia para se dançar até depois das duas da matina com o natural apogeu na versão dos Clash, «Rock the Casbah».
Estava feita a festa no Castelo, a urbe animada desceu à praia para ficar madrugada dentro com a mescla proposta pela La Etruria Criminale Banda que cruzou de tudo um pouco partindo da música tradicional italiana. A Avenida da praia equipada com muitas tascas de comida e bebida, e barracas de venda de discos até artesanato, foi ocupada até de manhã em grande animação. Já nascia o sol, chegava o último dia do FMM Sines.
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