A segunda noite de festa no recinto de Porto Covo do Festival de Músicas do Mundo de Sines trouxe agradáveis melhorias climáticas. O vento frio da véspera desapareceu, e o povo compareceu ainda em maior número para conhecer mais três propostas de sons do mundo.
Foram mais de 2 mil espectadores que vibraram com a actuação da cantora maliana Mamani Keita. Hora e meia de pura magia africana servida por uma voz capaz de fazer sorrir o mais sisudo, e que dá alma no cruzamento do som hipnótico vindo do n'goni de Moriba Koita, e a guitarra eléctrica do francês Nicolas Repac.
Um concerto que deve figurar entre os favoritos dos que acompanham o Festival, e que chama a atenção para o disco de 2006 «Yelema».
Antes de Mamani Keita a noite abriu com uma proposta entre o jazz, a funk e o soul, com Don Byron, clarinetista mundialmente conhecido, a comandar uma trupe de excelentes músicos; Dean Bowman, David Gilmore, George Colligan, Brad Jones, Rodney Holmes. Juntos contagiaram o público com o seu som funk que chegou a passar pelo legado de James Brown. A âncora da actuação foi naturalmente o disco «Do the Boomerang» do ano passado, e esta passagem por Sines foi bem conseguida, e aproveitada por todos.
A fechar a noite estiveram os os Deti Picasso, uma banda arménio-russa que não conseguiu convencer, e em comparação com a qualidade do que já se tinha ouvido até ali fica a perder de caras. Por falar em caras, diga-se que a figura da vocalista Gaya Arutyunyan até ajuda a concentrar a atenção com os seus movimentos exóticos, e uma bela voz, mas a nível musical os Deti Picasso descambam para algo que poderia ser proposta musical da Rússia ao Festival da Canção. Foram os menos interessantes de uma noite que vai ficar na memória como a noite de Mamani Keita.
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