[foto cedida por Pedro Polónio]
Festa Tuaregue em Lisboa
Guitarras, vozes, percussão e... palmas. São estes quatro elementos que caracterizam um concerto dos Tinariwen. Em Lisboa a sala Club Lua, no Jardim do Tabaco, registou uma afluência de público em número muito interessante, e muito diversificado, o que é um facto bem positivo.
A adaptação ao ambiente criado pelos Tinariwen em palco é de fácil assimilação. Rapidamente temos a plateia encantada pelos sons quentes que se espalham pela sala, e que fazem abanar os corpos de uma maneira gradual.
Começam discretos com melodias suaves, a imagem que temos do palco é apelativa, seis homens em pé vestindo túnicas brancas, alinhados lado a lado, cantam, dançam e tocam com o à vontade de quem está habituado a mostrar a sua cultura longe das areias do deserto.
Entretanto, perguntava-se na plateia de onde eram os Tinariwen. São do Mail, e têm uma rica história na defesa da sua etnia tuaregue.
Foi sem dificuldade que o grupo conquistou os lisboetas que se rendiam música após música às mais diversas sonoridades que os africanos debitavam.
Verdadeiramente fascinante a facilidade com que conseguimos identificar estilos de música tão distantes nas vozes e guitarras do grupo. Ora vamos dançando ao som de blues, ora movemos os braços a acompanhar uma canção com contornos de hip-hop, neste capítulo o tema "Arawan", do disco "Amassakoul", é fabuloso.
Depois os homens parecem possuídos por uma força superior e começam a acelerar o ritmo de maneira furiosa. O público não responde com a mesma energia e prefere manter-se no seu registo preferido: abanar o corpo e acompanhar com palmas... desordenadas, claro está!
Foi sempre assim ao long de duas horas, o ritmo dos Tinariwen não deu descanso a ninguém, e o povo ficou contagiado de tal maneira que conseguiu arrancar um encore fora do programa.
No final do concerto foi a corrida à banca de vendas que por 15€ vendia cds, dvds e t-shirts da banda.
Para trazer e ir ouvindo enquanto não chega o Festival de Sines.