29 maio 2006

Pan Sonic na ZdB

Noite de sábado numa capital dominada pelos festivais para as massas, há sempre alternativas válidas. Na Galeria Zé dos Bois havia acção, como é costume, a chamar pelos nossos ouvidos.
Mesmo com um calor sufocante, e anormal para um fim de Maio, muitos foram os que rumaram à sala de espectáculos do Bairro Alto para ouvir a força da electrónica potente que geralmente os filandeses Pan Sonic imprimem nas suas actuações. Com a sala transformada em espécie de sauna, a dupla pôs à prova a resistência física e auditiva do público.
Na verdade foi mais por à prova a resistência à temperatura abafada, porque não se pode dizer que tenham abusado da excêntridade sónica, nem na altura do volume, nem no ruído.
Os responsáveis pela Säkhö Recordings estruturaram a sua actuação por altos e baixos de intensidade, com fases de em que o som tomava de assalto a mente seguindo as linhas não harmónicas. Mas nada de terror sónico. É caso para dizer que a frieza escandinava foi amansada pelo bafo lisboeta. Uma actuação bem conseguida, e do agrado mesmo de quem ouviu o concerto do pátio da ZDB, em vez de estar na sala como foi o caso do autor destas linhas.

Antes, o polaco, radicado em Tóquio desde 1994, Zbigniew Karkowski justificou todos os elogios que lhe são feitos pelos admiradores do noise, como Pedro Gomes, que não hesitou em o classificar como o Deus do Noise.