Inesquecível será o melhor adjectivo para descrever o concerto dos The Go! Team no palco secundário, à mesma hora dos Smashing Pumpkins no palco Optimus.
Neste segundo dia o arranque do palco secundário foi feito a todo o gás, bem ao contrário do que tinha acontecido 24 horas antes. Os Dapunksportif, banda de Peniche, abriram cheios de garra o programa das festas por volta das 18h. Já com muito público dentro da tenda, o vocalista Paulo Franco dava o mote para que o povo seguisse o rock bem mexido das canções que fazem parte do disco «Ready! Set! Go!», editado há um ano. Convenceram, e aproveitaram muito bem a sua passagem pelo Alive! 07.
Passagem inaugural pelo palco principal no intuito de ver o rock de ascendência shoegaze dos espanhóis Triangulo de Amor Bizarro. Se o nome da banda foi retirado da lendária canção dos New Order, a verdade é que ouvindo os temas do colectivo, o imaginário deve muito mais aos My Bloody Valentine ou aos Jesus & Mary Chain do que ao projecto (aparentemente agora defunto) de Peter Hook e companhia. A sonoridade - e, como prolongamento, o concerto - não é para todos: quem gosta do estilo consegue descortinar algumas boas variantes do mesmo nos Triangulo, quem nunca gostou também não ficou certamente extasiado com esta actuação. Só para incondicionais.
Primeiro óptimo concerto no palco Sagres Mini pouco depois, com os Plastica a mostrar que a evolução tem-se feito não só em disco mas também em palco. Centraram atenções na novidade «Kaleidoscope», dando um toque apenas no final ao anterior «Red Light Underground», com o single de então «Bugs and Astronauts». Pelo meio, destaque à participação especial de Luís Simões, dos Blasted Mechanism, que brilhou numa bem esgalhada versão de «Bittersweet Symphony», dos The Verve. Rock facção indie, escola britânica, paragem em território luso para quem melhor o pratica. Óptimo.
Entre as 20h e as 21h uma dúvida assaltou a mente de muitos festivaleiros: será que as bandas não estariam de palcos trocados? Isto porque enquanto os Balla se arrastavam no palco principal, os Capitão Fantasma saíam do baú para incendiar a tenda ao fundo do recinto. Com disco novo - «Viva Cadáver» - acabado de editar, a banda volta a mostrar a força do seu rock psychobilly, e não só arrasta velhos fãs como agrada aos que não chegaram a viver os bons tempos de concertos em que se ouvia o «Rock das Caveiras». O vocalista Jorge Bruto continua, no mínimo, imparável em palco.
Às 21h20 deviam actuar os The Dead 60's, mas por problemas com voos a organização acabou por convocar à última da hora os D3O de Coimbra. E não se pode dizer que tenha sido uma passagem feliz por Oeiras. Infelizmente, os D3O foram os mais prejudicados até agora pelo efeito palco principal. O rock do trio até estava a ser bem acolhido, só que aos primeiros acordes dos White Stripes o povo debandou ao ponto da tenda ter ficado apenas com umas poucas de dezenas de pessoas. Nada que tenha atrapalhado o ex-Tédio Boy Toni Fortuna, que apresentou as músicas com a força do costume. No final, ainda incentivaram o pessoal a correr para o palco maior.
O grande concerto do dia no palco Sagres Mini estava reservado para as 23h, altura em que os The Go! Team arrancam para uma actuação inesquecível. Seis músicos em palco incapazes de permanecerem muito tempo seguido nos seus instrumentos, duas baterias, e uma vocalista espectacular que faz jus ao nome de Ninja. Com um ritmo alucinante desafiam a plateia com canções que tão depressa sorriem à pop refrescante, como a seguir visitam os primeiros anos do hip hop. Estranho, mas totalmente eficaz. Esta malta de Brighton, Inglaterra, já tinha dado nas vistas com o disco de 2004 «Thunder Lightning, Strike», mas ao vivo ultrapassa todas as expectativas. Urge trazê-los de volta mesmo porque as músicas apresentadas do disco que vão editar em Setembro convenceram tudo e todos.
in Disco Digital por JG e Pedro Figueiredo
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