À primeira chamada da 13ª edição do Super Rock a tribo metaleira respondeu com uma enchente espantosa no Parque Tejo! O facto de este ano só haver um palco faz com que os concertos comecem mais cedo, e já era bem visível pelas 18 horas que esta primeira noite ia ser concorrida. Podemos dizer sem exagerar que os Metallica tiveram uma primeira parte dividida por seis bandas, já que foram eles os reis absolutos da noite. A excepção foi a excelente actuação dos Mastodon.
No meio das vestimentas negras que povoavam o recinto algumas t-shirts dos Rolling Stones destacavam-se. A ligação entre públicos podia não parecer evidente à primeira vista, mas fazia todo o sentido.
Longe vão os tempos de desilusão entre fãs dos Metallica devido a polémicas como o Napster, ou a mudança sonora e estética por alturas de «Load» e «Reload». Hoje os Metallica são uma instuição respeitada, e admirada, por várias gerações que conhecem o trabalho deles desde a década de 80. Em 2007 os Metallica mostram-se confortáveis com o seu percurso, e sobem ao palco para um concerto de mais de 3 horas decididos a revisitar todos os cantos da sua discografia. Vão de «Kill' em All» a «Ride The Lightning» passando por «Master of Puppets», «... and Justice For All», e até aos discos mais recentes da década de 90.
O segredo está na visível motivação, e satisfação, com que a banda ataca os seus clássicos, especialmente os da década de 80, enquanto James Hetfield não se cansa de puxar por Lisboa com «Urahs!». A recta final do concerto é arrasadora! Enormes explosões introduzem «One», o hino de Black Album; «Enter Sandman» é recebido em euforia total com mais explosões à mistura, Lars Ulrich vai aparecendo nos ecrans laterais de rasgado sorriso em sinal de aprovação desta grande comunhão. Foi assim até «Seek and Destroy». São os Rolling Stones do heavy metal, daí que as camisolas da digressão dos Stones façam sentido.
Este foi o primeiro concerto desta Sick of the Studio Tour. Para quem quiser pode encomendar a gravação deste concerto no site LiveMetallica.com dentro de dias.
Para trás tinham ficado os concertos de Men Eater, More Than a Thousand, e The Blood Brothers, e uma passagem que deixou poucas saudades do guitarrista Joe Satriani com a sua guitarra que desafiou até aos limites a paciência dos festivaleiros.
Os Stone Sour actuaram ao anoitecer e gozaram de grande receptividade por parte da geração mais nova, talvez daqueles que despertaram para o metal à conta das baladas de «Black Album» dos Metallica... Convenceram os seus admiradores, mas não justificaram de maneira nenhuma mais elogios que os Mastodon.
Depois dos Metallica os Mastodon deram o concerto do dia, e foi pena terem actuado tão cedo. Primeiro porque a luz do dia tira um pouco de magia à pesada actuação, depois porque muitos foram os que ainda estavam da parte de fora do recinto à espera de entrar, tal era o tamanho das filas! Mesmo assim os americanos disfrutaram de uma plateia muito bem composta por fãs conhecedores que foram brindados por uma grande performance a pedir regresso em concerto próprio.
Para a história fica uma excelente noite dos Metallica, e uma grande enhente neste primeiro acto do 13º Super Bock Super Rock.
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