Na sua estreia em Portugal os Eagles trouxeram uma produção de luxo e uma vontade de percorrer as várias etapas da sua carreira que durou três horas. As bancadas do Pavilhão Atlântico encheram-se provando assim que a nostalgia move multidões.
A estreia dos Eagles em Portugal mereceu casa cheia no Pavilhão Atlântico. Um público que ouviu atentamente cada música, aplaudindo efusivamente no fim de cada uma, houve pares mais afoitos a ensaiarem uns pezinhos de dança, conseguiram recuperar o, cada vez mais raro, efeito luz de isqueiros numa ou outra balada, e cantou a plenos pulmões clássicos como «In the City», «Take It to the Limit», «Heartache Tonight», ou «No More Cloudy Days».
O mesmo público também agradeceu o formato do concerto que sendo extenso contemplava um intervalo de 20 minutos a meio da noite precioso para os veteranos. Do palco e da plateia.
Valeu a pena a passagem dos Eagles por Lisboa. Uma banda que nos Estados Unidos da América conseguiu que uma compilação sua fosse o disco mais vendido de sempre, que soma cem discos de platina, e que faz parte da história do rock americano, apresenta-se com a grandeza e dignidade do seu passado. O palco é majestoso. Com jogos de luzes verdadeiramente geniais , com um sistema de vídeo impressionante que nos permite ver em dois ecrãs laterais com excelente qualidade de imagem, e reproduzir imagens no cenário, assim como imagens captadas directamente de uma câmara montada no chapéu de um dos músicos em certa altura da noite. Visualmente, um espectáculo perfeito.
A nível de alinhamento a primeira hora é passada a meio gás com a passagem pelo incontornável «Hotel California» logo à quinta música. Depois do intervalo os Eagles regressam com uma postura acústica. Os quatro sentados mais ao meio passam com a tranquilidade própria da folk americana por temas como «No More Walks in the Wood». O ambiente só aquece verdadeiramente na parte final do longo concerto quando passam para a fase mais blues rock e se soltam comunicando com o público que reage com entusiasmo às excelentes versões de «Funk #49» e «Heartache Tonight».
Apesar de já terem passado quase três horas desde que os Eagles tinham começado a tocar, o público não dava mostras de cansaço e depois do encore com os óbvios temas «Take It Easy» e «Desperado», os lisboetas queriam mais mas não tiveram sorte.
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