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05 julho 2009
Homenagem a João Aguardela no MusicBox: A Noite
Noite de emoções no Musicbox para recordar João Aguardela. Bonita iniciativa da Restart que conseguiu juntar um interessante número de músicos e DJ que mantiveram a sala do Cais do Sodré sempre muito bem composta depois da meia noite. O João teria gostado muito de ver.
Todos os elogios para os alunos da Restart que conseguiram realizar um tributo bonito, simples, e humilde ao falecido João Aguardela. Arrepiante início com a projecção de um vídeo onde se recuperaram várias imagens da carreira do músico que iam intervalando uma actuação dos Sitiados em início de vida na RTP2. Uma abertura bem conseguida que lançou as actuações no palco do Musicbox. Todas elas interessantes, relevantes, e curiosas.
Walter Benjamin surpreendeu num registo vocal que até não estava muito longe do homenageado, e a tocar acordeão enquanto acompanhava o fadista Pedro Moutinho, e a ajuda dos músicos Eduardo Jordão e Filipe Valentim. Temas do universo Megafone bem recuperados.
Depois um momento insólito, João Ribas, a voz dos Tara Perdida, apresentou-se sozinho e com uma viola para recuperar um fadinho tão do agrado que Aguardela que o gravou no segundo disco dos Sitiados, e que simplesmente diz: não me importava morrer se lá no céu houvesse festa, se o São Pedro lá tivesse uma pinga como esta. Ribas contou que participou na gravação desse tema a convite de Aguardela.
No meio das actuações de palco o DJ X-Acto foi recuperando canções de Megafone que transformava em algo mais dançante.
O grande momento da noite foi quando o promissor grupo A Velha Gaiteira inundou o Musicbox com o tradicional som dos tambores com gaita de foles. O legado de Aguardela também se nota ali, e a actuação deliciou os presentes que exigiram encore. A Velha Gaiteira é a prova que a música tradicional vai continuar a ser explorada. É bom.
Os Peste & Sida representaram o ambiente que João Aguardela viveu antes do sucesso do primeiro disco gravado, o espírito festivo do ska, punk, rock com que absorveram algumas músicas dos Sitiados, e que descambaram nos clássicos «Carraspana» e «Gingão», para euforia do público mais perto do palco.
Depois ficou o jornalista/DJ António Pires, fã de Aguardela, a dar uma aula sonora sobre influências, influenciados, apreciados, e venerados, do músico falecido no início deste ano. A noite fechou com DJ Ride.
Uma iniciativa que merece todos os elogios pela foram acertada com que fez a escolha dos músicos, e a maneira humilde como homenageou uma grande figura da música portuguesa. Merecia a presença de mais gente ilustre ligada ao meio mas os que foram gostaram.
in disco digital