O Festival Uma Casa Portuguesa arranca amanhã na Casa da Música, no Porto, com os Adiafa e os Segue-me à Capela, o primeiro dos nove concertos que compõem um programa com forte sotaque brasileiro.
No Ano Brasil, país que serve de tema à programação da Casa da Música em 2009, a 3ª edição do Festival Uma Casa Portuguesa cruza a música popular e tradicional de Portugal com algumas revelações da música brasileira.
O primeiro dia é dominado pela música de Portugal, com Segue-me à Capela, grupo de sete vozes femininas que cantam, à capela, clássicos da música tradicional portuguesa, com utilização esporádica de instrumentos de percussão como o adufe, a pandeireta, as pinhas ou as castanholas. O repertório, escolhido a partir de recolhas feitas por Michel Giacometti, Alberto Sardinha e o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, reparte-se pelas canções de trabalho, de amor ou religiosas.
Quanto ao grupo Adiafa, da Vidigueira, tornou-se conhecido sobretudo pelo tema "As Meninas da Ribeira do Sado". Fundado em 2002, este grupo, que tem como referência principal o cante alentejano, faz-se acompanhar pela viola campaniça, adufes e outros instrumentos tradicionais.
Quinta-feira os sons de Portugal compartilham o palco com os do Brasil, com os Pauliteiros de Miranda na primeira parte, e o Hamilton de Holanda Quinteto na segunda. Este último projecto pertence a uma das figuras de proa da música instrumental brasileira. O jovem bandolinista regressa ao Porto, onde esteve em 2008, no Festival de Jazz de Matosinhos, para apresentar o seu mais recente disco, intitulado Brasilianos 2.
Sexta-feira, cabe a Amélia Muge abrir a noite, num concerto em que recupera 15 dos mais de 200 temas que criou e apresenta dois temas ainda inéditos. O segundo concerto da noite é de Siba e a Fuloresta. Siba é considerado um dos mestres da nova geração do maracatu e dos cirandeiros, misturando na sua música a tradição rural e urbana do Nordeste brasileiro.
Sábado, a Banda Sinfónica Portuguesa, composta por aproximadamente 60 instrumentistas de sopro e percussão, violinos e contrabaixos, apresenta-se às 12h00, na Sala Suggia, para interpretar um conjunto de obras originais de compositores de renome mundial, em estreia nacional.
À noite, mais um concerto duplo, com a música trasmontana dos Galandum Galundaina na primeira parte e a música também nordestina, mas do Brasil, de Renata Rosa, uma cantora/compositora e actriz que tem vindo a desenvolver o seu trabalho com músicos do interior e da capital do Pernambuco
Renata Rosa funde a música tradicional com influências da música indiana, árabe, ibérica, cigana e indígena.
Na segunda semana, entre 23 e 26 de Julho, o festival ganha novas sonoridades, sendo dedicado ao fado. Num concerto a dois pianos, Mário Laginha e Bernardo Sassetti homenageiam Amália Rodrigues no décimo aniversário da sua morte.
Ricardo Parreira, Hélder Moutinho e Cristina Branco integram também este programa de Uma Casa Portuguesa, onde se destaca António Zambujo, uma das mais recentes revelações do fado.
O festival encerra com um encontro que reúne nove bandas filarmónicas da região
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